Prefeituras de municípios atingidos por eventuais mudanças e instalação de praças de pedágio no novo plano de concessão do governo do Estado relatam falta de informações sobre as intenções do Palácio Piratini. Pontos de cobrança na RS-040, na RS-122 e na RS-239 serão alterados e a RS-118 deverá receber pedágio dentro do modelo, como informou o jornalista e colunista de GZH Jocimar Farina.
A praça na RS-118 ficaria em Gravataí, em um trecho de pista simples logo após a freeway. O trecho da rodovia entre Sapucaia do Sul e Gravataí foi duplicado após anos de obras e entregue no ano passado.
Na RS-040, o pedágio continuaria em Viamão, mas seria deslocado para trecho no limite com Capivari do Sul. Na RS-122, é estudada a possibilidade de a rodovia receber a praça que atualmente está localizada na RS-240, em Portão. São Sebastião do Caí e Bom Princípio são os municípios cotados para receber as cancelas. Na RS-239, a atual praça pode sair de Campo Bom e se deslocar para a região de Parobé.
O prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, afirmou que ainda não foi comunicado sobre a eventual instalação de pedágio na RS-118, no município. Zaffalon cita que, até o momento, a única informação que recebeu é no sentido contrário, reforçada pelo secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella.
O prefeito tem uma avaliação mista sobre a eventual instalação da nova praça. Por um lado, diz entender que o pedágio, desde que opere com preço razoável e em local adequado, é importante, pois é necessário para manter a qualidade do trecho. No entanto, ele pondera que a estrutura pode atrapalhar o desenvolvimento da região por interromper um trecho movimentado e provocar aumento no uso de rotas alternativas para evitar as cancelas:
— Um financiamento para a manutenção é fundamental. Agora, o pedágio, dependendo do modelo, atrapalha toda a região.
O prefeito de Viamão, Valdir Bonatto, afirma que ainda não avançou nas conversas com o governo do Estado, pois existem muitos boatos sobre tema. Em linhas gerais, Bonatto não oferece resistência em relação à mudança ventilada dentro do projeto do Piratini:
— Há o entendimento nosso de que a praça possa estar lá no limite com Capivari do Sul, desde que fique dentro do município de Viamão.
Ao justificar esse posicionamento, Bonatto diz que a manutenção do pedágio em Viamão e nessa localização garantiria o tráfego dos moradores do município na região sem a necessidade de cadastro, como ocorre atualmente.
Procurada pela reportagem de GZH, a prefeitura de Parobé informou que ainda não tem detalhes sobre os planos do governo em relação à transferência de praça para o município. O vice-prefeito do município, Alex Luis de Souza, afirma que a prefeitura vai buscar mais informações sobre o caso antes de emitir posicionamento.
Resistência na região do Vale do Caí
Os prefeitos de Bom Princípio, Fábio Persch, e de São Sebastião do Caí, Júlio Campani, se mostram contrários à proposta do governo estadual. Ambos argumentam que a população e o setor comercial das localidades não aprovam os locais definidos pelo Estado que receberiam a praça de pedágio.
Conforme os gestores, uma reunião com integrantes do governo gaúcho e o prefeito de Portão, Kiko Hoff, foi marcada para avaliar outras alternativas de locais. O encontro está previsto para a próxima quinta-feira (17), às 13h30min.
Na RS-122, duas alternativas de local são ventiladas pelo Estado e poderiam receber a praça que hoje fica RS-240, em Portão: uma no quilômetro 22, em Bom Princípio, e outra no quilômetro 11, em São Sebastião do Caí.
— No quilômetro 11, por exemplo, é onde temos uma grande indústria do município, é um local bastante populoso e conta ainda com muitos comércios. A praça ali causaria uma enorme divisão na cidade. Entendemos que não é o local ideal. E por isso marcamos a reunião para apresentar outras alternativas ao governo — afirmou Campani.
O prefeito também afirmou que a "forma quase impositiva" que o governo utilizou para divulgar as mudanças, "sem sequer consultar prefeitos", causou forte desconforto na região.
Persch também afirmou que a população de Bom Princípio é contrária ao local definido pelo governo do Estado, e que pretende dialogar sobre a questão na reunião. Uma audiência pública também deve ser realizada.