A empresa Star Fretamento e Locação, proprietária do ônibus que se envolveu em acidente com 41 mortes, na manhã de quarta-feira (25), em uma rodovia de Taguaí, interior de São Paulo, não tinha autorização para operar. A informação é da Agência de Transporte do Estado (Artesp).
"A empresa não possui registro para transporte de passageiros e roda ilegalmente desde 11 de outubro de 2019", disse o órgão.
Criada em 2016, a empresa era considerada clandestina pela agência reguladora, e o ônibus envolvido no acidente tinha um histórico de multas e autuações. Por estar com IPVA, licenciamento e seguro atrasados, o veículo não poderia sequer estar em circulação.
Conforme a Artesp, em 3 de março deste ano, a Star foi multada por fretamento irregular na Rodovia Raposo Tavares, próximo ao km 296, em Avaré, quando levava 30 estudantes da cidade de Fartura para faculdades da cidade vizinha. O veículo foi recolhido após a retirada dos passageiros.
"No mesmo dia, uma nova multa foi aplicada à empresa, por transportar irregularmente 43 estudantes com a mesma origem e destino. Dois dias depois, a empresa recebeu nova autuação por fretamento irregular na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), próximo ao km 372, em Ourinhos, quando teve dois veículos autuados, retidos e realizado o transbordo dos 15 passageiros", descreveu a Artesp.
A reportagem entrou em contato com a Star Turismo, mas todos os telefones estavam indisponíveis. A página da empresa no Facebook foi removida.
A maioria das vítimas do acidente com o ônibus eram funcionários que trabalhavam na confecção Stattus Jeans Indústria e Comércio Ltda, em Taguaí. O advogado da empresa, Emerson Fernandes, disse que o ônibus usado no transporte havia sido contratado diretamente pelos trabalhadores, sem interferência da firma.
Os funcionários recebiam vale-transporte e se deslocavam até o trabalho por conta própria. Em sua página no Facebook, a empresa Stattus Jeans expressou luto e prestou homenagem às vítimas e seus familiares.