Importante rodovia que parte da Região Metropolitana para o norte do Estado, a RS-020 costuma ser alvo frequente de reclamações. Seja pelo asfalto desgastado em alguns pontos, pela falta de sinalização horizontal e vertical ou pela insegurança para pedestres. Há pouco mais de um ano, o Diário Gaúcho circulou pela via no trecho que fica no município de Gravataí. Na época, parte da estrada já era municipalizada, ou seja, estava sob cuidados da prefeitura. O trecho ia do acesso à cidade até a altura da parada 60 de Gravataí. Agora, o setor municipalizado é maior, indo até o bairro Parque dos Eucaliptos, na parada 67.
Na sexta-feira passada (23), a reportagem circulou novamente pela via, para ver se alguns dos antigos problemas foram solucionados. O cenário encontrado tem cara de obras em execução. Vários trechos da pista têm cones, máquinas nas margens e placas indicando os reparos.
Na entrada de Gravataí, a situação está mais avançada e a prefeitura diz que o trecho já está concluído. Ainda assim, há cones e fitas de isolamento em uma das travessias para pedestres onde as reformas, em tese, estão prontas. Neste ponto, a RS-020 está duplicada, uma demanda antiga de quem precisa circular diariamente pela região. Só que, avançando alguns quilômetros rumo ao norte, a duplicação se esvai.
E aí se destaca o conhecido e arriscado trecho de pista simples, que ainda incomoda. Assim como na visita de 2019, a reportagem presenciou motoristas acima da velocidade e ultrapassagens arriscadas, mas também a ausência de placas de limite de velocidade ou problemas na pintura da pista, apagada em vários pontos.
A falta de acostamento também gera situações perigosas. Como está em uma zona mais rural, essa região não duplicada tem um uso considerável por pedestres, que caminham na margem da via.
E esse tráfego tem seus riscos. No primeiro semestre de 2019, dos 13 acidentes com morte na rodovia, seis foram atropelamentos, conforme dados obtidos pelo DG junto ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS).
Em 2020, nos seis primeiros meses do ano, os números foram menores, em parte, pela circulação menor de pessoas causada pela pandemia. Porém, ainda assim, os atropelamentos foram a maior causa de mortes. Dos nove acidentes com óbito registrados na RS-020, três foram atropelamentos.
Boa parte do trecho sem duplicação está na região do distrito de Morungava, onde a estrada é administrada pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer-RS). Um pouco antes deste trecho, no viaduto que é a interseção da RS-020 com a RS-118, também são vistos sérios problemas de sinalização, deixando o trânsito arriscado. Carros que tentar sair de uma via e acessar outra ou ir para a área urbana se cruzam sem qualquer sinaleira para organizar o fluxo. No meio disso, pedestres também aparecem, se arriscando entre os veículos.
No ano passado, a autarquia estadual explicou que a área do viaduto precisava de melhorias como colocação de placas, roçada e pavimento. Entretanto, poucas placas são vistas e a sinalização horizontal está apagada em alguns trechos. Ao longo da faixa, alguns buracos no pavimento também foram encontrados, principalmente, em pontos onde o asfalto é notadamente mais velho. Por enquanto, circular pela RS-020 segue exigindo o mesmo cuidado redobrado onde não há duplicação.
Entregas até o final do ano
Conforme a prefeitura de Gravataí, o primeiro trecho da integração com a Avenida Dorival até a interseção da Avenida Alexandrino foi entregue em fevereiro deste ano. No segundo trecho, que vai da Avenida Alexandrino até a entrada do bairro Parque dos Eucaliptos, na interseção com a Avenida Marechal Floriano, a administração confirma que há obras em andamento, “com conclusão parcial entregue no último dia 23, no trecho até a interseção com a Rua Los Angeles, na região das Moradas do Vale”. Ainda segundo a prefeitura, a conclusão total está prevista para dezembro.
O Daer-RS afirmou, em nota, que “realiza periodicamente serviços de manutenção na rodovia, inclusive com revisões semanais e reparos nos pontos necessários”. A autarquia também diz que está trabalhando para “viabilizar um novo contrato de sinalização para as estradas da região”, mas não informa prazo para isso. O órgão justifica que “intervenções mais complexas dependem da disponibilidade de recursos no tesouro estadual”, retorno semelhante ao dado no ano passado.