No primeiro feriado prolongado sem o uso dos radares móveis, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) aplicou 1.957 multas nas rodovias federais gaúchas, 58% a menos do que no feriado de 20 de setembro do ano passado — quando foram registradas 4.727 infrações. Os números foram divulgados nesta segunda-feira (23) pela PRF. Os dados levam em conta os atos cometidos entre o meio-dia de quinta-feira (19) e a meia-noite de domingo (22).
De acordo com o órgão, a corporação não autuou nenhum motorista por excesso de velocidade. A maioria das multas foi por ultrapassagem em local proibido, uso de celular, ausência do cinto de segurança e embriaguez ao volante.
Desde 15 de agosto, o uso dos radares móveis nas estradas federais foi suspenso por determinação da presidência da República. Logo no início do mandato, o presidente Jair Bolsonaro adotou posicionamento contrário aos controladores de velocidade no país, citando o que ele chama de “indústria da multa”.
Com a medida, as 17 vias federais onde a PRF operava esse tipo de aparelho no Rio Grande do Sul não contam mais com o serviço.
Mesmo assim, a PRF garante que os agentes seguem nas rodovias com atividades de fiscalização ostensiva. Neste feriadão, foram 46 acidentes, que deixaram 48 pessoas feridas e provocaram duas mortes. Em 2018, foram quatro mortes e 61 feridos em 54 acidentes.
Na contramão dos números federais, as multas em rodovias estaduais gaúchas aumentaram 23,5% neste feriadão de 20 de setembro, na comparação com 2018. O uso dos radares móveis por agentes do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) segue liberado.
O artigo 218 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) estipula que a multa por velocidade superior à máxima permitida para o local terá de ser “medida por instrumento ou equipamento hábil, em rodovias, vias de trânsito rápido, vias arteriais e demais vias”.