O risco de quem bebe e pega a direção ser parado em uma blitz da Operação Balada Segura está cada vez maior. A quantidade de abordagens realizadas por agentes do Detran no RS em busca de motoristas embriagados quase triplicou nos últimos cinco anos. Só em 2016, o salto foi de 19,6%. O número de pessoas autuadas por dirigir sob efeito de álcool também cresceu – e em ritmo bastante semelhante ao avanço de testes do bafômetro realizados: a cada 100 abordagens, oito condutores voltam com multa para casa.
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No ano passado, o percentual de motoristas autuados por dirigir sob efeito de álcool ou recusar-se a realizar o teste foi de 8,4% – mesmo índice registrado em 2013, até então o melhor da série histórica.
Em Porto Alegre, o programa de combate à embriaguez no trânsito começou de forma oficial no segundo semestre de 2011. Para comparação de resultados, ZH levou em conta dados a partir de 2012, quando a operação começou a ser realizada todos os meses e a solicitar teste do bafômetro em todos os condutores abordados.
– Considero esse resultado animador porque mesmo com um aumento de abordagens, houve uma leve queda relativa nas autuações. Isso demonstra que campanhas de conscientização precisam vir acompanhadas de fiscalização efetiva. Educação no trânsito é um processo e essa janela de cinco anos mostra que as coisas estão melhorando – avalia o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) João Fortini Albano.
O engenheiro de transporte ressalta também que a disseminação de aplicativos de Táxi e de carona, como o Uber e Cabify, tem sido alternativa cada vez mais comum para jovens que voltam de festas.
Embora o número de autuações por teste tenha caído no ultimo ano, o número de recusas ao teste tem crescido, mantendo o percentual de autuados por embriaguez estável. A participação das recusas chegou a 75% do total de autuações por embriaguez em 2016, apesar de a legislação prever a esses condutores as mesmas penalidades do que os que tiveram embriaguez comprovada.
– Em 2015, o RS teve a maior redução da acidentalidade de sua história, com 14% menos mortes do que no ano anterior. Dados preliminares apontam que a tendência se manteve em 2016, com 3% menos vítimas no trânsito. Não somente mantivemos a redução do ano anterior, mas avançamos. Isso se deve a diversos fatores, entre eles a consistência dos programas de fiscalização como a Balada Segura – afirma o diretor-geral adjunto do Detran/RS, Saudir Filimberti.
*Zero Hora