Eu agradeço por não precisar ir para as estradas todas as semanas ou todos os dias. No período de férias, subi a Serra e circulei bastante para os lados de Bento Gonçalves, Farroupilha, Caxias do Sul, Gramado e Canela. Com exceção dos trechos mantidos pela EGR, os outros representam a decadência do governo estadual. É um festival de buracos, de todos os tamanhos e formas. Uns mais fundos, outros mais largos. O mato toma conta do acostamento e em alguns pontos as placas estão ilegíveis.
Outras rodovias apresentam quadro igual pelo restante do Rio Grande do Sul. Na Serra, no entanto, as características do relevo e o fluxo de caminhões elevam o risco para motoristas e passageiros. São subidas e descidas, curvas acentuadas, paredões e penhascos em estradas sem acostamento. O motorista tem margem zero para errar. E as estradas estão cheias de surpresas. A viagem é uma tensão permanente. Sabe aquela dor nas costas ou o pescoço duro? Imagino que muitos de vocês terminam a viagem assim.
Na RS-122, trecho de São Vendelino até Farroupilha, a curva da morte não é o ponto de maior perigo. Quem respeita a velocidade vence a curva. Em outros pontos, mesmo se você obedecer a velocidade poderá entrar num dos tantos buracos e acabar embaixo de um caminhão ou num penhasco. Na RS-453, entre Bento Gonçalves e Farroupilha, não dá para ler as placas. A rodovia circunda também Caxias do Sul e é uma vergonha. Eu poderia ficar listando outras. Tudo igual.
O governador José Ivo Sartori é de Caxias do Sul. Conhece a realidade. Como pode uma região tão rica ficar com estradas deploráveis? Eu deveria estar escrevendo sobre a necessidade de duplicações, há muito tempo requisitadas, mas nem o básico é feito. Por favor, precisamos de um asfalto e uma sinalização decentes. É o mínimo.
As estradas e os motoristas pedem socorro, governador. Não podemos esperar mais. Um ano de análise já passou. Se não tem dinheiro, crie pedágios, com bons contratos para o usuário. As perdas de vidas, os feridos e os danos em veículos são muito mais representativos hoje do que a futura tarifa para as concessionárias.
