Ainda sem entender como o irmão Jéferson Padilha da Silva, 38 anos, tombou um ônibus da Unesul que fazia a linha Porto Alegre-Tramandaí por volta das 14h desta terça-feira na ERS-030, em Glorinha, Márcia Padilha da Silva garantiu a Zero Hora que ele "não é inconsequente e não fez nada proposital". O acidente causou a morte de seis pessoas e deixou mais de 20 feridas (veja a lista aqui).
Após prestar depoimento à Polícia Civil na cidade, o motorista do coletivo foi encaminhado para atendimento médico em um hospital de Porto Alegre. Jéferson era funcionário da Unesul há apenas um mês. Antes, trabalhou de janeiro de 2013 a novembro de 2014 na Transportes Gabardo Ltda. como motorista de caminhão cegonha. Ele possui habilitação para coletivos desde 1997.
- O Jéferson não era um motorista ruim. Nunca se envolveu em qualquer tipo de acidente e acabou saindo da empresa por conta própria. Sempre foi um bom profissional, tranquilo, na dele. Acatava as ordens e não era polêmico - relatou um colega da Transportes Gabardo, que pediu para não se identificar.
Confira, a seguir, a entrevista concedida por Márcia a Zero Hora:
O que o seu irmão relatou à família após o acidente?
No momento, ele está muito abalado e em atendimento médico. Fará uma tomografia, nem teve tempo de ser atendido direito. Ele estava urinando sangue, não conseguimos falar direito e não sabemos o que aconteceu.
Ele dormiu ao volante? O que fez o ônibus tombar?
Não sabemos se ele teve um mal súbito, não conseguimos entender direito o que houve.
Mas ele estava em alta velocidade?
Não. Ele é responsável, não fez nada proposital, não é inconsequente.
Cobradora diz que ônibus vinha em alta velocidade
A cobradora do ônibus da Unesul que tombou nesta tarde na RS-030, Tainá Cardoso, 19 anos, disse à família que o motorista "se perdeu" na curva e trafegava em alta velocidade. A jovem trabalha na empresa há um ano e já vinha alertando a família sobre os riscos da função.
- Ela sempre dizia que os motoristas correm para cumprir horário e já esteve em outro acidente, mas não ficou ferida - conta a mãe de Tainá, Nádia Cardoso.
A jovem sofreu escoriações e foi encaminhada para atendimento no Hospital Dom João Becker. Após o acidente, telefonou para a irmã.
Como foi o acidente
O acidente aconteceu no km 22 da via, próximo à parada 117. Conforme o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) de Gravataí, cinco pessoas ficaram presas embaixo do veículo e morreram no local. Outra vítima foi socorrida e encaminhada ao Hospital Dom João Becker, em Gravataí, onde morreu pouco tempo depois.
A polícia informou que o coletivo estava lotado. O ônibus deixou a Capital por volta do meio-dia, com 27 passageiros. Ambulâncias dos bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), com apoio de um helicóptero da Operação Golfinho, da Brigada Militar, socorreram os feridos e os encaminharam a hospitais de Gravataí, Cachoeirinha e Porto Alegre, dependendo da gravidade dos ferimentos.