O condutor do ônibus que tombou na ERS-030 em Glorinha e deixou pelo menos seis mortos e mais de 20 feridos na tarde desta terça-feira estava na Unesul há apenas um mês. De acordo com a empresa, Jéferson Padilha da Silva, 38 anos, possui habilitação para coletivos desde 1997 e já trabalhou em outras companhias do ramo. Ele foi submetido ao teste do bafômetro e não foi constatada a ingestão de bebidas alcoólicas.
Ele dirigia o veículo, que fazia o trajeto Porto Alegre-Tramandaí, quando perdeu o controle em uma curva por volta das 14h. Em depoimento na delegacia de Glorinha, Jéferson alegou que ouviu um estalo no feixe de molas do coletivo antes de tombar e que trafegava a 60 km/h. A Polícia Civil, no entanto, garante que o coletivo estava acima da velocidade permitida.
Segundo a assessoria da Unesul, o motorista é "experiente e passou por um sistema rígido de treinamento para que pudesse desempenhar suas funções". A companhia ressalta que há um departamento dedicado à formação e que nenhum profissional vai à estrada sem o conhecimento prévio dos trajetos.
Em dois dias de treinamentos internos, itens como reconhecimento do veículo, legislação de trânsito, direção defensiva e atendimento ao cliente são trabalhados com os futuros condutores. Depois, eles vão para as ruas, durante 10 dias, fazer reconhecimento do trajeto em que trabalhará.
"O carro que fazia esta linha é do ano de 2013, tinha 49 lugares, todos equipados com cinto de segurança. O ônibus saiu de Porto Alegre com 27 passageiros. O número de pessoas no momento do acidente deve ser confirmado com a Polícia Rodoviária Federal, pois se tratava de uma linha pinga-pinga e não é possível monitorar quantos passageiros desceram ou subiram no carro neste trajeto", afirmou a Unesul, por meio de sua assessoria.
O acidente aconteceu no km 22 da via, próximo à parada 117. Conforme o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) de Gravataí, cinco pessoas ficaram presas embaixo do veículo e morreram no local. Outra vítima foi socorrida e encaminhada ao Hospital Dom João Becker, em Gravataí, onde morreu pouco tempo depois.
A polícia informou que o coletivo estava lotado. O ônibus deixou a Capital por volta do meio-dia, com 27 passageiros. Ambulâncias dos bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), com apoio de um helicóptero da Operação Golfinho, da Brigada Militar, socorreram os feridos e os encaminharam a hospitais de Gravataí, Cachoeirinha e Porto Alegre, dependendo da gravidade dos ferimentos.