O setor aéreo foi um dos mais afetados pelo apagão cibernético vivido em todo o mundo nesta sexta-feira (19). O problema global foi o responsável por cancelamentos e atrasos de voos.
No Brasil, a companhia aérea Azul informou problemas na programação por causa da falha. Aeroportos de Florianópolis (SC), Natal (RN), Vitória (ES) e Campinas (SP) tiveram dificuldades no embarque de passageiros.
Nos Estados Unidos, as principais companhias aéreas suspenderam viagens no início da manhã devido a "problemas de comunicação". Aeroportos da Alemanha, Espanha, Holanda e Austrália também foram afetados por questões similares.
O apagão global foi causado por um problema operacional na CrowdStrike, empresa de segurança cibernética cujo software é usado pelo sistema operacional Microsoft Windows.
Segundo Vitor Leães, professor de Tecnologia da Informação da UniRitter, os aeroportos seguem a lógica de ter o Windows como o sistema operacional predominante, assim como ocorre nos computadores pessoais.
— Os sistemas operacionais das empresas aéreas funcionam em tempo real e precisam estar perfeitamente integrados para não haver problemas. Quando ocorre uma falha, é como se fosse um efeito dominó: pode acabar com toda a operação. É uma rede complexa, que precisa estar coordenada; qualquer problema leva a atrasos — afirma.
Para o especialista, a crise vivida nesta sexta escancara a fragilidade do sistema de comunicação. Para ele, a utilização de sistemas Linux, não afetados pelo apagão, deve ser considerada.
— É um momento importante para avaliar a interligação da tecnologia global. As companhias precisam ter um plano B, que consiga manter a operação sem depender de empresas de cibersegurança — acrescenta.