A sonda chinesa Chang'e-6 decolou com sucesso da Lua carregando amostras coletadas no lado oculto do satélite terrestre, informou a imprensa estatal do país nesta terça-feira (4, ainda noite de segunda no fuso horário de Brasília).
"O módulo de ascensão da sonda chinesa Chang'e-6 decolou da superfície lunar na manhã desta terça-feira, carregando amostras coletadas no lado oculto da Lua", relatou a agência estatal de notícias Xinhua, citando a Administração Espacial Nacional da China (CNSA). "A missão passou no teste de altas temperaturas no outro lado da Lua", acrescentou. Este evento é definido pelo meio de comunicação como "um marco sem precedentes na história da exploração humana da Lua".
A análise das amostras recolhidas permitirá aos cientistas "aprofundar a investigação da formação e evolução histórica da Lua", de acordo com o porta-voz da missão, Ge Ping, citado pela Xinhua. Também fornecerá informações sobre "a origem do sistema solar (…) com uma melhor base para missões de exploração subsequentes", completou.
A sonda Chang'e-6 pousou no domingo (2) na imensa bacia Aitken, uma das maiores crateras de impacto conhecidas no sistema solar, situada no lado oculto do satélite, segundo a CNSA. A nave, que iniciou em 3 de maio uma complexa missão de 53 dias, conta com um braço robótico para coletar material da superfície e um perfurador para colher amostras do interior.
Uma vez coletado este material, "uma bandeira nacional chinesa carregada pelo módulo de alunissagem foi hasteada pela primeira vez no lado oculto da Lua", disse a Xinhua. A CSNA não especificou como a missão continuará, mas, segundo portais especializados, a sonda deverá continuar em órbita lunar por algumas semanas antes de iniciar seu retorno à Terra por volta de 25 de junho.
Os cientistas consideram que esta parte da Lua, nunca visível da Terra, possui um grande potencial para a pesquisa, pois suas crateras não estão tão cobertas por antigos fluxos de lava como as do lado mais próximo ao planeta.
Desde que assumiu o poder, o presidente chinês Xi Jinping tem promovido o "sonho espacial" do gigante asiático. O país tem destinados recursos para reduzir a distância com as duas potências tradicionais neste setor, os Estados Unidos e a Rússia. Ao longo do caminho, teve vitórias, como a construção da estação espacial Tiangong, a chegada de robôs de exploração espacial em Marte e na Lua ou o envio de missões tripuladas em órbita.
Para os Estados Unidos, o programa aeroespacial da China esconde objetivos militares e procura estabelecer o domínio do país asiático no espaço.
A última missão Chang'e-6 faz parte do renovado interesse pela Lua, para onde a China quer enviar astronautas em 2030 e planeja construir uma base espacial. Os Estados Unidos também querem voltar a levar humanos à Lua em 2026, com sua missão Artemis 3.