O telescópio espacial James Webb da Nasa capturou as imagens infravermelhas mais detalhadas até agora da nebulosa "Cabeça de Cavalo", um dos objetos mais majestosos e reconhecíveis do céu noturno, informou a agência espacial dos Estados Unidos na segunda-feira (29).
As imagens mostram a parte superior da "crina do cavalo", revelando pela primeira vez as estruturas em pequena escala na borda da gigantesca nuvem de gás e poeira. Localizada a cerca de 1,3 mil anos-luz na constelação de Orion, a icônica silhueta da cabeça de um cavalo surge do que parecem ser ondas agitadas de espuma interestelar.
O Webb, o observatório espacial mais poderoso já construído, é capaz de detectar luz infravermelha em resoluções sem precedentes, revelando objetos que não podem ser vistos em telescópios ópticos.
— Uma equipe internacional de astrônomos revelou pela primeira vez as estruturas em pequena escala na extremidade iluminada da Cabeça de Cavalo — informou a Nasa em um comunicado.
À medida que a luz ultravioleta evapora a nuvem de poeira estelar, partículas são arremessadas para longe pelo fluxo de gás quente, um processo que agora o telescópio Webb mostrou em ação. As observações também forneceram aos astrônomos novos dados sobre como a poeira bloqueia ou emite luz, e uma melhor ideia da forma multidimensional dessa nebulosa.
O trabalho é resultado de estudos liderados por Karl Misselt da Universidade do Arizona, e foram publicados na segunda-feira na revista Astronomy & Astrophysics.
A nebulosa "Cabeça de Cavalo" tem fascinado os amantes do espaço desde sua descoberta em 1888 pela astrônoma escocesa Williamina Fleming. Embora pareça escura à luz óptica, a nebulosa ganha vida quando observada através de comprimentos de onda infravermelhos.
Os especialistas estimam que a nebulosa "Cabeça de Cavalo" desaparecerá em cinco milhões de anos.