O Departamento de Justiça dos Estados Unidos ingressou com um processo, nesta quinta-feira (21), contra a Apple, sob alegação de que a gigante mantém ilegalmente um monopólio em seus iPhones, ao sufocar a concorrência e impor custos elevados aos consumidores.
— Se a situação não mudar, a Apple continuará fortalecendo o seu monopólio sobre os smartphones — disse o procurador-geral Merrick Garland em uma declaração depois de apresentar o caso a um tribunal federal de Nova Jersey.
O processo alega que as práticas anticompetitivas da empresa fundada por Steve Jobs vão além dos negócios do iPhone e Apple Watch, citando as ofertas de publicidade, navegador, FaceTime e notícias da Apple.
A ação ocorre enquanto a Apple enfrenta pressão de reguladores, tribunais e concorrentes ao redor do mundo sobre como opera o iPhone, colocando em risco sua receita anual de serviços de US$ 85 bilhões. As ações da Apple caíram mais de 4% durante as negociações de quinta-feira.
A Apple advertiu que o processo pode abrir um precedente perigoso de intervenção governamental nos Estados Unidos.
Se for bem-sucedida, esta ação judicial poder "apresentar um precedente perigoso, dando poder ao governo para incidir fortemente sobre o design da tecnologia que as pessoas utilizam", afirmou o grupo em uma declaração.
A Apple foi muito criticada nestes últimos anos por obrigar outras empresas a utilizar sua loja de aplicativos e pagar comissões importantes sobre todas as transações.
Porém, esta ação judicial se concentra em outros aspectos do sistema dos iPhones, segundo um documento publicado pelo Departamento de Justiça.
"Todas as decisões adotadas pela Apple estabeleceram e reforçaram as defesas que protegem seu monopólio no campo dos smartphones", argumenta o governo, que associou-se a procuradores de vários Estados na causa.
Com este procedimento, a Apple prejudicou "os usuários, os desenvolvedores e outras partes que contribuíram para fazer do iPhone o que é hoje", afirma o documento judicial.