Um animal com dentes afiados, "grande como um elefante", com ossos semelhantes a de um "grande lagarto" e a aparência de um anfíbio. Assim era o megalossauro, o primeiro dinossauro que foi descoberto, há 200 anos.
No fim de 1600, os ossos do animal emergiram em meio a pedreiras na região de Oxfordshire, na Inglaterra, onde está situada a Universidade de Oxford. Na época, não existiam estudos sobre evolução dos seres vivos na Terra ou mesmo da existência dos dinossauros.
Em 1824, William Buckland, primeiro professor de geologia da Universidade de Oxford, foi quem descreveu e nomeou o animal pela primeira vez. O batismo ocorreu a partir de estudo sobre a mandíbula inferior, das vértebras e dos ossos do megalossauro, que chamavam atenção pelo tamanho muito superior ao dos humanos — o maior osso da coxa tinha 84 centímetros de comprimento e cerca de 25 centímetros de circunferência.
Na então recém-formada Sociedade Geológica de Londres, ele nomeou o animal como megalossouro — um grande lagarto, na tradução livre — em um artigo científico, já que a origem ainda não era conhecida. O pesquisador acreditava se tratar de um lagarto carnívoro, com o "tamanho de um elefante".
Somente 20 anos após a descoberta do megalossauro e depois de novas catalogações dos dinossauros Iguanodon e Hylaeosaurus, foi que Richard Owen, anatomista e fundador do Museu de História Natural de Londres, criou o termo dinossauro para denominar a espécie.
A aparição do megalossauro teve mais importância popular que científica, pois mexeu com o imaginário das pessoas ao pensarem no encontro com fósseis completos de um animal daquele porte. Mesmo assim, conforme a CNN, só partes do animal estão expostas em Londres, pois nunca se encontrou um esqueleto completo de megalossauro.
Atualmente, há mais de mil espécies de dinossauros catalogadas. Segundo Steve Brusatte, paleontólogo da Universidade de Edimburgo, anualmente são descobertas cerca de 50 novas espécies ao redor do mundo.