A construção de uma usina para dessalinização da água do mar na Praia do Futuro, em Fortaleza, criou em debate em torno da internet brasileira. Isso ocorre porque, segundo as operadoras, a obra poderia provocar um apagão digital no Brasil, caso algum cabo de fibra ótica se rompa. As informações são do G1.
A capital cearense, conforme Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), é a responsável por 99% do tráfego de dados no país. Isso se explica porque Fortaleza é cidade brasileira mais próxima da Europa — distante a 6 mil quilômetros —, garantindo a interconexão do Brasil com o resto do mundo.
A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) liderou uma iniciativa para dessalinizar a água do mar para aumentar em 12% a oferta de água potável para a população local. O edital para a realização do projeto foi vencido pelo Consórcio Águas de Fortaleza, e o investimento previsto é da ordem de R$ 3,2 bilhões.
A previsão inicial era de que as operações da usina se iniciassem em 2025, mas as obras estão paralisadas por seis meses. A decisão foi tomada após uma recomendação da Anatel, que é contrária à instalação do projeto da usina de dessalinização.
Para justificar a retomada do projeto, a Cagece informou ter ampliado, de 40 para 500 metros, a distância entre a usina e toda sua infraestrutura, em relação aos cabos de fibra ótica de internet, conciliando a questão.
Ao G1, em nota, a companhia afirmou que fez alterações no projeto que custaram "na ordem de R$ 35 a 40 milhões". Segundo a empresa, conforme o projeto está sendo elaborado atualmente, a usina "não apresenta nenhum risco ao funcionamento dos cabos submarinos localizados na Praia do Futuro".