O bilionário Elon Musk anunciou, neste sábado (29), um plano para que o Twitter , plataforma da qual ele é proprietário, passe a permitir que os meios de comunicação cobrem os usuários por cada artigo. O empresário prevê que o plano entre em vigor no próximo mês, mas não forneceu um preço ou qual seria a porcentagem do valor que a empresa receberia.
"Isso permite que os usuários que não contratariam uma assinatura mensal paguem um preço mais alto, quando quiserem ler um artigo ocasional. Isso deve ser uma grande vitória para as organizações de mídia e para o público", disse Musk, através do perfil dele no próprio Twitter.
O anúncio acontece no momento em que Musk luta, em meio a polêmicas frequentes, para tornar a rede social lucrativa. Os meios de comunicação também lutam há anos para criar planos de assinatura que permitam cobrir custos operacionais e atender leitores que se acostumaram a receber notícias gratuitas na internet.
O plano de Musk levanta questões sobre como ele espera que esta forma de micro-pagamento funcione quando outras fracassaram. O jornalista britânico James Ball listou vários problemas com a ideia, que "definitivamente ocorreu a grandes editoras em todo o planeta", conforme escreveu na Columbia Journalism Review.
Muitos leitores desistem assim que chegam a um acesso pago, segundo Ball. E os editores "amplamente" preferem ter assinantes em tempo integral, que geram muito mais receita publicitária do que os centavos que a venda de um único artigo pode trazer. No entanto, alguns usuários no Twitter reagiram positivamente.
Frequente autor de publicações como Forbes, Foreign Policy e Ad Astra na rede, Greg Autry comentou: "Muitas vezes fico frustrado quando meu trabalho acaba atrás de um acesso pago que meus seguidores não desejam assinar".
Carlos Gil, autor de um livro sobre marketing, tuitou: "Finalmente, um pay-per-view de notícias que não vai fazer você se sentir como se estivesse comprando cerveja de estádio superfaturada. Pegue seus itens à la carte e mantenha sua carteira feliz".