A prestigiada universidade francesa Sciences Po proibiu, nesta sexta-feira (27), seus alunos de usarem o robô de bate-papo ChatGPT, inteligência artificial capaz de responder perguntas. O uso da ferramenta pode ser penalizado com sanções, como expulsão.
"O uso sem referência explícita do ChatGPT na Sciences Po, ou de outra ferramenta que recorra à inteligência artificial, está (...) no momento proibido para realização de trabalhos orais ou escritos", diz um e-mail da direção.
O Sciences Po é o primeiro centro educacional superior da França a anunciar oficialmente a proibição deste robô para conversas, cujo uso até então é permitido para fins pedagógicos, se assim for determinado pelo professor.
Quem burlar esta norma poderá ser penalizado "até com expulsão da instituição ou do Ensino Superior", especifica a mensagem enviada aos docentes e alunos.
Desde novembro, a inteligência artificial ChatGPT se espalhou rapidamente na esfera acadêmica. Um mês depois, oito universidades da Austrália avaliaram que seu uso pelos estudantes poderia ser considerado plágio.
Na mensagem, consultada pela AFP, a universidade Sciences Po destaca a questão do "plágio" e que a ferramenta "levanta sérias dúvidas para as partes interessadas em educação e pesquisa no mundo inteiro".
Em um experimento, o professor da universidade de Minnesota Jonathan Choi e outros autores mostraram que o robô criado pela empresa californiana OpenAI mal conseguia ser aprovado nas provas de admissão da faculdade de Direito dos Estados Unidos.
O ChatGPT é uma ferramenta online, ainda em fase de testes, e é capaz de interações por meio de conversas escritas. O robô é capaz de reunir informações para escrever redações e resolver questões, por exemplo.
* AFP