O novo proprietário do Twitter, Elon Musk, que já havia permitido que Donald Trump voltasse à plataforma após consultar os usuários da rede, lançou nesta quarta-feira (23) uma outra enquete sobre o restabelecimento de contas suspensas. A votação, que vai até as 14h46 (horário de Brasília) desta quinta-feira (24), se assemelha à estratégia usada no caso Trump.
"O Twitter deveria oferecer uma anistia geral para contas suspensas, desde que não tenham infringido a lei ou enviado spam flagrantemente? Sim/Não", perguntou Musk.
A conta de Trump no Twitter, bloqueada no início do ano passado, foi restabelecida no sábado, depois que uma estreita maioria dos entrevistados apoiou a medida, dias após o ex-presidente dos Estados Unidos anunciar uma nova candidatura à Casa Branca.
Um restabelecimento geral das contas suspensas no Twitter pode alarmar as autoridades governamentais, que estão particularmente interessadas em como Musk lida com o discurso de ódio. Também poderia assustar a Apple e o Google, que têm o poder de banir o Twitter de suas lojas de aplicativos móveis e negar o acesso à plataforma para centenas de milhões de usuários.
Trump foi banido do Twitter por seu papel no ataque de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio dos Estados Unidos por uma multidão de apoiadores que tentava interromper a certificação da vitória de Joe Biden nas eleições de 2020.
Além da conta do ex-presidente, o Twitter restabeleceu outras contas suspensas, incluindo a de um site de paródia conservador e a de um psicólogo que violou as regras do Twitter sobre linguagem de identificação de pessoas transgênero. No entanto, Musk disse que o teórico da conspiração Alex Jones permanecerá banido.
Musk, que concluiu a compra do Twitter por US$ 44 bilhões no final de outubro, não esclareceu se as suspensões contempladas na enquete eram permanentes ou temporárias. O novo dono do Twitter acredita que a moderação de conteúdo é muito restritiva e prejudica a liberdade de expressão. Essa visão gera temores de uma onda de abusos, como desinformação ou discurso de ódio, na rede social. Muitas marcas já suspenderam os gastos com anúncios no Twitter, que representam 90% das receitas da rede social.