A Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) iniciou nesta segunda-feira (24) um estudo independente que terá como objetivo tentar buscar explicações sobre objetos voadores não identificados (óvnis). O termo em inglês unidentified aerial phenomena (UAPs) é definido pela Nasa como eventos no céu que não podem ser identificados como aeronaves ou como fenômenos naturais conhecidos.
A pesquisa durará cerca de nove meses e, posteriormente, será elaborado um material que poderá ser utilizado pela Nasa e por outras organizações que desejarem realizar novas investigações sobre o assunto.
A agência divulgou na sexta-feira (21), em seu site oficial, uma lista com os 16 selecionados que irão integrar a equipe de estudo. Na primeira fase, os pesquisadores identificarão dados coletados por entidades governamentais civis e comerciais que poderão ajudar a esclarecer o fenômeno. Em outra etapa, os cientistas seguirão um roteiro previamente elaborado para que consigam analisar as informações coletadas.
De acordo com a agência espacial, o diferencial desse estudo é que ele se concentrará apenas em dados que não foram classificados. Após a análise dessas informações pela equipe da Nasa, será elaborado um relatório completo contendo as descobertas dos pesquisadores. A previsão é de que esse material seja lançado no começo de 2023.
Segundo Thomas Zurbuchen, administrador associado da Diretoria de Missões Científicas na sede da Nasa em Washignton, nos Estados Unidos, esse estudo faz parte do escopo da agência porque pretende explorar o desconhecido do espaço e do universo, algo que ele e seus colegas vem fazendo há décadas.
— Entender os dados que temos em torno de fenômenos aéreos não identificados é fundamental para nos ajudar a tirar conclusões científicas sobre o que está acontecendo em nossos céus. Os dados são a linguagem dos cientistas e tornam o inexplicável, explicável — resumiu Zurbuchen.
No final do estudo, a equipe reunirá os dados e os colocará em um grande banco de dados.
Os selecionados
A equipe que conduzirá o estudo é constituída por 16 membros que são especialistas no assunto e têm uma vasta experiência na área espacial.
Veja a lista :
- Anamaria Berea: professora associada de ciência computacional e de dados na George Mason University, nos Estados Unidos, e pesquisadora no Seti Institute e no Blue Marble Space Institute of Science. Ela é especialista em pesquisas sobre surgimento da comunicação em sistemas vivos complexos e em aplicações de ciência de dados em astrobiologia.
- David Grinspoon: consultor da Nasa em exploração espacial e cientista sênior do Planetary Science Institute em Tuscon, nos Estados Unidos. Sua principal linha de pesquisa está relacionada com planetologia comparativa, que estuda aspectos como a evolução climática e as implicações da habitabilidade em planetas semelhantes à Terra.
- David Spergel: presidente da Simons Foundation. Especialista em medir a idade, a forma e composição do universo.
- Federica Bianco: professora adjunta da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos, e cientista Sênior do Observatório Urbano Multicidades. Sua linha de pesquisa é baseada no uso da ciência de dados para investigar o universo e encontrar soluções para problemas urbanos da Terra.
- Jen Buss: CEO do Potomac Institute of Policy Studies em Arlington, nos Estados Unidos. Ela é também especialista em questões políticas e processos de planejamento estratégico para cuidados médicos de astronautas, diagnósticos e terapias de câncer.
- Joshua Semeter: professor de engenharia elétrica e de computação e diretor do Centro de Física Espacial da Universidade de Boston, nos Estados Unidos. Especialista em pesquisas sobre a interação da ionosfera da Terra com o ambiente espacial.
- Karlin Toner: diretor executivo interino do Escritório de Política e Planos de Aviação da FAA, nos Estados Unidos.
- Matt Mountain: presidente da Associação de Universidades para Pesquisa e Astronomia (Aura), nos Estados Unidos. É o supervisor de consórcio que reúne 44 universidades em todo o país e quatro afiliadas internacionais que ajudam a Nasa e a National Science Foundation a construir e operar observatórios. Também está envolvido na equipe de operação do telescópio espacial James Webb.
- Mike Gold: vice-presidente executivo de Espaço Civil e Assuntos Externos da Redwire, nos Estados Unidos. Especialista em negociação e adoção de acordos internacionais para criação de protocolos planetários.
- Nadia Drake: jornalista freelancer da área científica e escritora que colabora com a National Geographic. Especialista em cobrir pautas de astrofísica e ciências planetárias.
- Paula Bontempi: oceanógrafa e professora da Escola de Oceanografia da Universidade de Rhode Island (URI), nos Estados Unidos. Especialista em pesquisas sobre biologia oceânica, biogeoquímica, ciclo do carbono e ecossistemas.
- Reggie Brothers: CEO e membro do conselho da empresa tecnológica norte-americana BigBear.ai. Também integra o Comitê de Visitas para Pesquisa Patrocinada do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos.
- Scott Kelly: ex-astronauta da Nasa e ex-piloto de caça e de testes. Também atuou como capitão na Marinha dos Estados Unidos.
- Shelley Wright: professora de física no Centro de Astrofísica e Estudos Espaciais da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Especialista em pesquisas sobre galáxias, buracos negros supermassivos e construção de instrumentos ópticos e infravermelhos para telescópios usando óptica adaptiva.
- Walter Scott: vice-presidente executivo e diretor de tecnologia da empresa Maxar, nos Estados Unidos.
- Warren Randolph: vice-diretor executivo do departamento de Investigação e Prevenção de Acidentes para Segurança da Aviação da Federal Aviation Administration, nos Estados Unidos. Experiente na área de segurança de aviação