A agência espacial russa Roscosmos iria lançar a órbita nesta sexta-feira (4) mais um foguete Soyuz, carregado com 36 satélites da empresa inglesa OneWeb. O envio, que fazia parte da rotina dos russos, agora está interrompido.
A tensão envolvendo a invasão da Rússia na Ucrânia gerou um enorme conflito entre a grande potência mundial com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Sanções impostas pela aliança, junto aos Estados Unidos, parceiro dos russos nas missões espaciais, fizeram com que a Roscosmos retirasse sua equipe da Agência Espacial Europeia (ESA), na qual a OneWeb faz parte, e outros clientes em lançamentos comerciais.
O lançamento que deveria ocorrer nesta sexta-feira serviria para completar a constelação para acesso à internet em banda larga via satélite que a empresa inglesa está construindo — e que já conta em órbita com 428 dos 648 satélites programados.
A Rússia afirma que seus satélites não serão usados para fins militares de outros países e vai desmontar o foguete, que já estava pronto para ser lançado.
A Estação Espacial Internacional (ISS), onde a Nasa atua em conjunto da agência russa há mais de 20 anos, continua funcionando. Entretanto, a ameaça iminente de quebra do acordo permeia após sanções econômicas contra a Rússia.
O diretor-geral da estação espacial russa, Dmitry Rogozin, ameaçou o presidente americano, Joe Biden, em caso de bloqueio da cooperação da Rússia na ISS. "A órbita e localização atual da Estação são controladas por motores russos. Quem salvará a ISS de uma órbita descontrolada?", questionou no seu perfil do Twitter.
As medidas restritivas contra a Rússia por conta da ofensiva militar contra a Ucrânia ameaçam a indústria espacial na ISS, que conta com o Segmento Orbital Russo e o Segmento Orbital dos Estados Unidos, seções construídas e administradas cada uma por seu país. Japão, Canadá e a Agência Espacial Europeia colaboram com a atividade econômica.