Arqueólogos descobriram o que seria um quarto usado por pessoas escravizadas durante a civilização de Pompeia, na Itália. O cômodo com três camas, um vaso de cerâmica e uma arca de madeira foi descoberto em uma escavação na Villa de Civita Giuliana, a poucos metros de onde, em janeiro, foi descoberto os restos de uma carruagem cerimonial bem preservada. Pompéia foi destruída por uma erupção do vulcão Vesúvio há 2 mil anos.
— É uma janela para a realidade precária de pessoas que raramente aparecem em fontes históricas, escritas quase exclusivamente por homens da elite — disse o diretor-geral do sítio arqueológico, Gabriel Zuchtriegel, sobre a descoberta que ele descreveu como "uma das mais emocionantes" de sua vida como arqueólogo.
O cômodo de 16 metros quadrados servia de dormitório e despensa. O baú de madeira continha objetos de metal que pareciam fazer parte dos arreios dos cavalos nas carruagens. Também foi encontrado vários itens sob as camas, incluindo uma vasilha para pertences pessoais, jarros de cerâmica e o que pode ter sido um penico. Segundo o parque arqueológico, as três pessoas que viviam no local poderiam ser uma família.
As camas eram compostas por várias pranchas de madeira, que podiam ser ajustadas de acordo com a altura de quem as utilizava. Duas delas tinham cerca de 1,7 metros de comprimento e as outras 1,4 metros, que poderiam ter pertencido a crianças. A sala era iluminada por uma pequena janela superior e não havia vestígios ou decorações nas paredes.
"A sala nos oferece uma visão rara da realidade cotidiana dos escravos, graças ao seu excepcional estado de conservação", informou o parque arqueológico de Pompeia.