Zumbidos no Universo fora do Sistema Solar foram detectados pela sonda espacial Voyager 1, da NASA. Conforme estudo publicado na revista científica Nature Astronomy, eles foram capturados por um conjunto de instrumentos a bordo na nave.
Os ruídos são constantes e resultado de emissões de onda de plasma e de gás interestelar.
— O som é muito fraco e monótono, pois está em uma largura de banda de frequência estreita — escreveu Stella Ocker, cientista da universidade de Cornell, nos Estados Unidos, e integrante da equipe Voyager.
— Nunca tivemos a chance de o analisar antes. Agora sabemos que não precisamos de evento fortuito relacionado ao Sol para medir o plasma interestelar — completou Shami Chatterjee, pesquisador envolvido no estudo.
Os pesquisadores esperam reunir mais informações sobre a densidade do espaço interestelar e destacam a importância de missões futuras para trazer mais pistas sobre a origem de estrelas. A próxima etapa do trabalho pretende analisar como o zumbido interage com a fronteira do Sistema Solar, conhecida como heliopausa.
Importância da sonda espacial
Lançada em 1977, a Voyager 1 partiu com a missão de explorar Júpiter e Saturno, mas teve sua atuação ampliada pela agência espacial para estudar o espaço profundo. Em 2012, ela foi a primeira construção humana a atingir o meio interestelar, região além da influência do Sol marcada por baixa densidade de matéria.
A sonda, atualmente, está a mais de 22,7 bilhões de quilômetros da Terra — é o objeto de fabricação humana mais distante do planeta. Viajando a 61 mil km/h, a sonda está fora da heliopausa, uma área entre o plasma solar quente e o meio interestelar mais frio nos confins do sistema solar. A sonda irmã, a Voyager 2, está a 19 bilhões de quilômetros de distância.