Um presente de Natal para quem gosta de astronomia. Entre as noites de 16 a 25 de dezembro, os planetas Júpiter e Saturno chegarão tão perto um do outro como não estiveram por aproximadamente 400 anos. Para quem observa a partir da Terra, a aproximação dos dois planetas — chamada de grande conjunção — ocorre a cada 20 anos, mas há muito tempo os astros não ficam tão próximos:
— O grande diferencial é que esta conjunção é a mais apertada desde 1623. A separação mínima aparente entre eles será de um décimo de grau, o que equivale a um quinto do diâmetro da lua cheia — afirma o astrofísico Luiz Augusto da Silva, coordenador da Rede Omega Centauri.
O dia 21 de dezembro será o de maior aproximação: para o observador a olho nu ou munido de binóculos, os astros parecerão alinhados em um único ponto de luz brilhante no céu. Por telescópio, porém, será possível vê-los lado a lado, bem como as suas luas. O evento é visível logo após o pôr do sol, durante uma hora. Se o céu não estiver encoberto por nuvens, poderá ser observado de qualquer parte da Terra, na direção oeste.
Pela proximidade do Natal, a professora do departamento de astronomia do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Daniela Pavani relembra uma teoria que relaciona o fenômeno à história bíblica da Estrela de Belém, que teria guiado os Três Reis Magos ao local de nascimento de Jesus:
— O astrônomo alemão Johannes Kepler, que foi quem primeiro estudou as órbitas planetárias, chegou a fazer uma hipótese de que a história da chamada Estrela de Belém, da tradição cristã, poderia estar relacionada a uma grande conjunção que aconteceu sete anos antes de Cristo.