O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a instituição deverá autorizar o funcionamento do recurso de pagamentos e transferências pelo WhatsApp. O serviço foi suspendido pela instituição em junho.
— Projetos como estes devem passar por um processo de aprovação. Quando o WhatsApp propôs o arranjo, entendemos que era um arranjo grande. Dissemos que como era grande e tinha várias dimensões, pedimos que entrassem no rito de aprovação como ocorre normalmente. E será aprovado — afirmou o presidente do BC, em entrevista à rede de TV norte-americana Bloomberg.
Segundo ele, a análise do banco envolve a identificação de eventuais problemas que a operação possa trazer em sua implantação no país, tanto no aspecto concorrencial quanto nos direitos dos usuários.
— As duas dimensões que estamos focando é promover competição e proteger os dados dos cidadãos. Queremos competição, queremos que todas as big techs (nome em inglês dado às grandes empresas de tecnologia) entrem no Brasil. Você pode ter um sistema que comece competitivo, mas no fim acabe não tendo esta característica —, alertou na entrevista.
Em seu anúncio, realizado em junho, a empresa declarou que o novo recurso permitiria transferir dinheiro e fazer compras em estabelecimentos por meio do aplicativo de mensagens, com a proteção da plataforma Facebook Pay.
No dia 23 de junho, o Banco Central suspendeu o início do projeto argumentando que teria de estimar os riscos. De acordo com o órgão, sem uma avaliação, o serviço poderia trazer prejuízos ao mercado brasileiro.
Em nota, o WhatsApp afirmou que está em diálogo com o BC. Quando o recurso for autorizado, os usuários que desejarem deverão ativar o Facebook Pay no smartphone, informando o cartão de crédito e débito e definindo uma senha. Para enviar o dinheiro, será preciso clicar em um contato e acionar a ferramenta "anexar". A transação será uma das alternativas de anexo.