Uma das maiores e mais antigas questões do pensamento humano é a possibilidade de vida inteligente em outros cantos do Universo. Em novo estudo, a Universidade de Nottingham, no Reino Unido, estima que mais de 30 diferentes tipos dessas vidas podem existir, espalhados pela galáxia. As informações são do portal da própria Universidade.
Para o desenvolvimento da pesquisa, divulgada no The Astrophysical Journal nesta segunda-feira (15), cientistas se basearam na suposição de que as formas de vida inteligente em outros planetas seriam parecidas com as da Terra. Assim, eles obtiveram uma estimativa do número de civilizações na Via Láctea — de acordo com o estudo, é possível que haja mais de 30 delas em comunicação ativa na galáxia.
— Deveria haver ao menos algumas dezenas de civilizações ativas em nossa galáxia, partindo do princípio de que são necessários 5 bilhões de anos para que a vida inteligente se forme em outros planetas, como na Terra. A ideia é olhar para a evolução, mas em escala cósmica. Chamamos esse cálculo de limite copernicano astrobiológico — explica o professor de Astrofísica da Universidade de Nottingham, Christopher Conselice, que liderou a pesquisa.
O estudo mostra que o número de civilizações depende de quanto tempo tais vidas estão enviando ativamente sinais de existência ao espaço, como, por exemplo, transmissões de rádio por satélites e, até mesmo, televisão. Se outras civilizações com tecnologia duram tanto quanto a dos seres humanos, que atualmente é de cem anos, haverá, portanto, cerca de 36 civilizações técnicas inteligentes em toda a galáxia.
Muito longe
No entanto, a distância média entre tais civilizações com a Terra é de 17 mil anos-luz, fator que dificulta a detecção e a comunicação. Também é possível, de acordo com os pesquisadores, que a Terra seja a única civilização dentro de nossa própria galáxia — a menos que os tempos de sobrevivência de civilizações como a dos seres humanos sejam longos.
— Nossa nova pesquisa mostra que a busca por civilizações extraterrestres inteligentes não apenas revela a existência de como a vida se forma, mas também nos dá pistas de quanto tempo nossa própria civilização durará. Se acharmos que a vida inteligente é comum, isso revelaria que nossa civilização poderia existir por muito mais do que algumas centenas de anos, e se descobrirmos que não existem civilizações ativas em nossa galáxia, é um mau sinal para o nosso próprio longo prazo. Ao procurar por vida extraterrestre inteligente, ainda que não encontremos nada, estamos descobrindo nosso próprio futuro e destino — conta Conselice.