Durante uma pescaria na última semana, o motorista Adilson Schmitt encontrou algo inusitado nas pedras às margens de um rio. Morador do interior de Maquiné, no Litoral Norte, ele aproveitava o dia de férias quando se deparou com o fóssil de animal.
Inicialmente, Schmitt jogou o material fora. No entanto, acabou o recolhendo e levando para casa, conta a esposa do motorista, Rosineide Schmitt. Sem saber do que se tratava, a dona de casa compartilhou fotos do achado com a produção da RBSTV.
O fóssil da dentição, com aproximadamente 20 centímetros de comprimento, pertence ao grupo dos proboscídeos, o mesmo dos atuais elefantes, afirma o doutor em Paleontologia e estagiário de pós-doutorado do Laboratório de Paleontologia de Vertebrados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Heitor Francischini.
— Durante o período quartenário (cerca de 10 mil anos atrás), vulgarmente chamado de "Era do Gelo", algumas espécies já extintas habitaram a América do Sul e o Rio Grande do Sul — explica.
— Esse material é o dente molar, usado para mastigação — completa.
Conforme o pesquisador, este não é o primeiro fóssil do animal do gênero Stegomastodon encontrado no Estado. Há registros em Osório, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, São Gabriel, Alegrete, dentre outros.
O casal, que ainda está com o material em casa, diz que pretende doar o achado para pesquisa, porém, até o momento, ninguém entrou em contato para solicitá-lo.
— Está em casa. Não sei o que fazer. Não sei se algum pesquisador tem interesse —diz.
De acordo com Francischini, o material é bastante importante do ponto de vista da pesquisa e poderia colaborar com a descoberta de informações sobre o animal e a época em que viveu.
