Dois anos depois do lançamento de GaúchaZH, que somou as forças de Zero Hora e Rádio Gaúcha, a plataforma digital já superou a barreira de 110 mil assinantes com acesso a notícias, entretenimento e conteúdos exclusivos. Em outubro, a carteira de GZH chegou a 111.005 assinaturas — mesmo mês em que foi lançado o novo aplicativo com melhorias para o usuário.
O dado atual representa crescimento de 24% em relação ao final de 2018 e quase o dobro na comparação com dezembro de 2017, quando o número de assinantes era de 61 mil. Esse salto é resultado de uma aposta em jornalismo de qualidade apoiado em ferramentas tecnológicas que facilitam o monitoramento de hábitos e interesses de usuários e permitem a oferta de produtos cada vez mais adaptados às suas necessidades.
— O foco da Redação tem sido, cada vez mais, ouvir o usuário de GZH, coletar dados da audiência, verificar no dia a dia o que o leitor quer, para fazer um produto útil e conectado à vida real do público. O que os assinantes estão lendo? Quanto tempo eles leem? Em que horário se informam? Pautamos o nosso trabalho tendo em vista essas questões. E isso tem dado resultado, como mostram os números — diz Marta Gleich, diretora de Jornalismo de Jornais e Rádio do Grupo RBS.
O novo app é um exemplo dessa interação com os desejos da audiência: foi planejado com base em pesquisa que ouviu as opiniões de 1,5 mil assinantes e usuários sobre a versão anterior do aplicativo e o que deveria ser melhorado.
O app, que renovou o player da Gaúcha, foi desenvolvido por 76 profissionais da RBS e de empresas parceiras como Nodo, Deal, Ilegra e Delivery IT, totalizando cerca de R$ 1 milhão de investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Todas as inovações são realizadas sem descuidar da qualidade e da relevância do jornal impresso.
Outra razão para o crescimento sustentado de GZH é a oferta de recursos exclusivos para assinantes, como mais de 70 colunistas e newsletters com resumos das informações mais importantes enviados à noite (GZH Noite) e nas manhãs de domingo (Domingo Digital) — entre outras compilações remetidas por e-mail diariamente ou semanalmente para todos os usuários. A assinatura dá acesso a reportagens especiais e conteúdos premium a exemplo de podcasts como Brasília Fora do Eixo ou a série de vídeos Por Trás da Foto.
"Esse será nosso modelo de negócio para sustentar o jornalismo local"
Vice-presidente de Produto e Operações do Grupo RBS, Andiara Petterle afirma que o crescimento da carteira de assinantes de GaúchaZH reflete o sucesso de um modelo adotado quatro anos atrás.
O que significa ultrapassar 110 mil assinantes digitais quando se fala tanto em crise do jornalismo?
Estamos muito felizes porque é a concretização de um plano estratégico desenhado em 2015 pelo qual ampliaríamos a oferta digital com um modelo de conteúdo pago que, naquele momento, era questionado. O resultado demonstra que as pessoas estão dispostas a pagar por um ótimo conteúdo. Esse será nosso modelo de negócio para sustentar o jornalismo local. Estamos vendo uma mudança no perfil da nossa carteira, com uma queda no (jornal) impresso e crescimento no digital, mas sem perdermos relevância. A expectativa é de encerrarmos 2020 com cerca de 130 mil assinantes digitais, e a ambição é chegar a 200 mil. Mas, hoje, já somos um veículo muito competitivo. Temos uma das maiores bases de assinantes digitais no mundo. O Le Figaro (França) tem 130 mil. Já temos mais do que o Boston Globe (EUA), que tem 100 mil.
Como fica o jornal impresso nesse cenário?
É muito importante ainda. Temos 88 mil assinaturas no papel. São assinantes muito fiéis, muito firmes, com nível de consumo muito alto. O jornal impresso desempenha um papel muito importante e continuará assim por muito tempo. Nos últimos meses, vimos outros jornais reduzirem sua circulação no impresso e passarem para o digital, mas o que nos difere é o tempo. Estamos construindo uma base digital muito robusta, que em algum momento vai pagar sozinha pelo nosso negócio. É uma aposta importante de sustentabilidade e de alcance. O que temos de audiência hoje no digital é mais do que ZH já teve de alcance no passado. Temos uma média de 16 milhões de usuários únicos por mês, com recorde de 18 milhões.
Qual a importância de um produto como o novo app de GaúchaZH nessa estratégia?
É uma das nossas maiores apostas. O usuário do aplicativo tem um índice de leitura 82 vezes maior do que quem consome por outros meios, e 50% menos chance de cancelamento. Entendemos que o assinante que usa o app, seja pela experiência, pelas notificações, passa a ter uma experiência muito melhor. Nosso investimento é para fazer a nossa base de assinantes experimentar esse produto. Quando o assinante experimenta, não consome de outra maneira. Em janeiro, pretendemos lançar versões Gre-Nal. É nosso carro-chefe.
Ainda há mais mudanças e inovações a caminho?
O próprio aplicativo vai evoluir. A ideia é ter conteúdos novos no digital. Queremos ter um aproveitamento melhor do que se faz nos outros veículos da RBS, mas teremos também cada vez mais conteúdos exclusivos, podcasts e séries em vídeo. Na Gaúcha 2 (canal extra da rádio no digital), por streaming, vamos testar produtos ao vivo para entender o que o público espera.