Já na manhã desta quinta-feira (22), a comunidade ligada à tecnologia utilizava o Twitter para manifestar sua animação com o início da 9° edição da BrazilJS Conf, maior evento mundial de JavaScript _ linguagem utilizada na programação de sites, plataformas de smartphones e computadores. A conferência, que ocorre entre os dias 23 e 24 de agosto, no Centro de Eventos do BarraShoppingSul, em Porto Alegre, contará com a presença de desenvolvedores de empresas como Amazon, Microsoft, Intel e outras. Os quase dois mil ingressos que foram colocados à venda estão esgotados, mas as palestras poderão ser assistidas, a partir desta sexta-feira (23), por meio deste link.
Abrindo os trabalhos da maratona de palestras e workshops, foi promovido, na véspera da abertura oficial do evento, o AfrotechBR International Meeting, com o tema Diversidade Racial na Tecnologia. Para um público atento, foram apresentadas as histórias de iniciativas que buscam proporcionar e impulsionar a entrada e permanência de pessoas negras neste mercado de trabalho. Uma delas foi o projeto Enegrecer a Tecnologia, da ThoughtWorks Brasil, que estabeleceu uma política de recrutamento voltada para negros. O outro projeto apresentado foi o AfroPython, que ensina programação para pessoas negras.
Com mais de 15 anos de atuação na área de recrutamento de indivíduos no setor tecnológico, Andreza Rocha, idealizadora do AfrotechBR, iniciativa que busca promover a ascensão de profissionais negros no ramo da inovação, começou sua apresentação mostrando os resultados que o Google Imagens fornece quando são digitadas as palavras "pesquisadores" e "programadores". A resposta dada pela web é de profissionais homens e brancos. Andreza aponta que o Brasil minoriza a população negra, que é maioria no país:
— Onde estão os profissionais negros e negras para estarem liderando equipes? O racismo estrutural molda as relações sociais e é ele que nos impede de passar mais tempo estudando, nos qualificando, porque temos outras urgências, temos que trabalhar desde cedo. Por isso, estamos sempre um passo atrás. Dentro deste cenário, enfrentamos ainda outro agravante, que é a falta de cuidado das empresas no momento de contratação e acompanhamento da jornada deste funcionário selecionado.
Evento em família
Estão entre os destaques do evento de 2019 nomes como: Kenneth Christiansen, engenheiro de software da Intel, Mina Markham, engenheira sênior da Slack, plataforma de chat para empresas e Mattias Johansson, que trabalhou como desenvolvedor por 13 anos para empresas como Spotify e, hoje, é dono de um canal no YouTube sobre programação que tem mais de 200 mil inscritos.
O BrazilJS é fruto de uma união familiar. Os primos Jaydson Gomes, 34 anos, e Felipe Nascimento, 34 anos, são desenvolvedores de software e os cofundadores do evento. Eles trilharam juntos uma carreia nesta área e, tempos atrás, chegaram a trabalhar na mesma empresa.
Da vontade de aplicar, na Capital, o que eles viam, vivam e aprendiam em conferências voltadas para tecnologia, decidiram criar um evento voltado para este tipo de linguagem, que sempre foi de interesse de ambos, mas não muito popular no Brasil.
— A ideia é que o público saia daqui com vontade de aprender ainda mais sobre que viu nas palestras e que aplique esta tecnologia para provocar mudanças na sociedade — diz Jaydson
Programação
A grade de horário de todas palestras pode ser vista aqui. E elas poderão ser assistidas por este link.
Kenneth Christiansen
O que? palestra sobre o Projeto Fugu
Horário: 11h25min
Quando? sexta-feira (23)
Mattias Johansson O que? falará sobre a complexidade do desenvolvimentos dos softwares e se isso pode ser revertido pelos desenvolvedores.
Horário: 18h10min
Quando? sexta-feira (23)
Mina Markham
O que? abordará como pequenas alterações na direção de arte e design de aplicativos e softwares pode trazer grandes ganhos.
Horário: 9h45min
Quando? sábado (24)