Quem passa na Avenida Ipiranga, em Porto Alegre, pode não perceber, mas o Museu de Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (MCT/PUCRS) está de cara nova e com uma exposição recém-saída do forno. Após três meses de reforma, a estrutura do teto foi substituída por uma lona igual à que cobre o estádio Beira-Rio, deixando o ambiente com uma luminosidade mais suave e com temperatura agradável mesmo em dias quentes – como estes de outono que têm registrado 30°C.
Os visitantes poderão conferir e interagir com a exposição Matéria e Energia. A mostra é uma homenagem ao Ano Internacional da Tabela Periódica dos Elementos Químicos, definido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que marca os 150 anos do primeiro desenho da tabela. Para aguçar a curiosidade das pessoas e possibilitar que elas vejam de perto esses ingredientes – que misturados formaram o universo –, foi construída uma tabela periódica em três dimensões e em acrílico. Dentro de caixinhas transparentes, que correspondem a cada elemento, estão pequenos vidros que mostram a aparência de cada elemento.
— Para complementar a experiência, há um vídeo educativo que mostra o surgimento dos elementos químicos, e as pessoas poderão brincar no "Jogo da Reação". O game é virtual e interativo. Nele, a imagem do indivíduo é projetada na parede e o jogador precisa quebrar os átomos de urânio que aparecem diante dele. Conforme os átomos são partidos, aumenta a quantidade de energia gerada. O que queremos mostrar com isso é o funcionamento de uma usina nuclear — explica Lucas de Almeida, curador do MCT, ressaltando que, assim, é bem mais fácil de aprender do que diante de um quadro em uma sala de aula.
Entre os mais de 600 experimentos que podem ser realizados no local, diversas atividades pontuais também são oferecidas neste mês. Uma em especial promete encher os olhos dos pequenos: a Química do Chocolate – que será promovida no próximo dia 13, das 13h30min às 17h – explicará para a criançada as substâncias que formam esta delícia da Páscoa e como elas atuam no corpo e no cérebro.
E não são apenas as crianças que podem aproveitar a programação do museu. Para atingir novos públicos e passar mais conhecimento para a população, a equipe educativa do MCT desenvolveu duas atividades inéditas voltadas para pré-adolescentes e também para os idosos – mas que podem ser curtidas por todos. Ambas dizem respeito aos vírus que circulam por aí, tanto os do mundo real quanto os do virtual, pontua o curador do museu:
— A ação chamada genialidade, voltada para os mais velhos, aborda a importância da vacinação, fala sobre o funcionamento dos vírus e explica o motivo pelo qual eles compõem os chamados grupo de risco. Já a ação jovem genial, fala sobre os vírus cibernéticos que atacam dispositivos móveis e computadores e explica como eles podem se proteger.
Experiência passada entre gerações
A vestibulanda Danielle Fraga, 18 anos, aproveitou a folga de estudos no turno da manhã e aproveitou para levar os dois sobrinhos, Manuelle da Silva, 12 anos, e Guilherme Silva, cinco, ao MCT. Enquanto passeava por entre os experimentos, lembrou que visitou o local pela primeira vez aos oito anos e que, desde a estreia, outras tantas idas aconteceram.
— Por enquanto, não visitamos a nova exposição, mas eles estão adorando o que viram até agora, porque aqui dá para mexer, tocar e brincar com os experimentos — disse a jovem.
Danielle também aproveitou para se jogar nas brincadeiras sobre eletrostática – área da Física que estuda as cargas elétricas em repouso – que deixou seus cabelos, literalmente, em pé.
Assim como a vida, os museus não param. Precisamos criar atividades novas, trazer ao público experimentos e saberes diferentes, por isso, mudamos constantemente.
LUCAS DE ALMEIDA
CURADOR DO MCT
O pequeno Guilherme corria e girava freneticamente nos brinquedos com o auxílio do mediador. Manuelle, mais comedida, porém falante, fez questão de dar sua opinião sobre o que tinha visto e gostado:
— A parte da música é a mais legal, gostei de poder tocar as notas e ouvir o som produzido.
O curador Lucas de Almeida afirma que as pessoas criam uma relação de apego com as exposições e atividades, mas que a atualização é necessária:
– Assim como a vida, os museus não param. Precisamos criar atividades novas, trazer ao público experimentos e saberes diferentes, por isso, mudamos constantemente.