Em ensaio escrito para o periódico norte-americano Wall Street Journal (WSJ), Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, afirma que tem escutado muitos questionamentos sobre o modelo de negócio da companhia e que, por isso, ele quer tentar explicar os princípios de funcionamento das engrenagens da rede social. No artigo, ele diz que a companhia, que completa 15 anos no próximo mês, não vende os dados das pessoas que fazem uso da rede social, porque isso iria contra os interesses da própria empresa.
— De fato, vender informações das pessoas para os anunciantes vai contra aos nossos interesses comerciais, porque isso reduziria o valor exclusivo de nossos serviços para os anunciantes. Temos um forte incentivo para proteger as informações das pessoas de serem acessadas por qualquer outra pessoa — escreveu o fundador do Facebook.
O texto surge com tom de resposta aos diversos escândalos que abalaram a credibilidade da plataforma junto à população mundial. Em 2018, a empresa esteve envolvida no caso da Cambridge Analytica e com o vazamento de dados pessoais de usuários para o Spotify, a Netflix e a Microsoft.
Em uma passagem, ele afirma que “as pessoas sempre dizem que, se quiserem ver anúncios, querem que sejam relevantes”. Por isso, Zuckerberg alega que é preciso entender os interesses dos usuários - páginas curtidas, cliques, dados e demais interações,de maneira que sejam exibidas a eles propagandas com maior grau de acerto. O CEO destaca também que propaganda segmentada não é algo novo no mercado e que essa prática sempre existiu, a diferença é que o Facebook consegue fazer isso com precisão e transparência.
— A internet permite uma transparência e controle mais amplos sobre os anúncios do que você vê em TV, rádio ou mídia impressa. No Facebook, você tem controle sobre as informações que usamos e pode impedir que qualquer anunciante entre em contato com você e alterar suas preferências para ver aquilo que é foco do seu interesse — disse.
Em outro trecho, Zuckerberg aponta que os princípios mais importantes em torno das informações das pessoas são a transparência, a escolha e o controle.
— Precisamos ter clareza sobre como estamos usando as informações, e as pessoas precisam ter escolhas claras sobre como suas informações são usadas. Acreditamos que a regulamentação que codifica esses princípios em toda a internet seria boa para todos — afirma o CEO do Facebook.