A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) realizará no fim deste mês um seminário internacional voltado às discussões a respeito da era nuclear. No evento, estarão presentes três instituições reconhecidas com o Nobel da Paz, além de representantes de outras entidades como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a organização Women In Nuclear Global (WiN Global) e a Fundação de Não Proliferação para Segurança Global (NPSGlobal).
O evento é organizado pela universidade, em parceria com a Pugwash Conferences on Science and World Affairs, que foi premiada com o Nobel em 1995 pelos esforços em diminuir o papel das armas nucleares na política internacional e por contribuir para que, com o passar do tempo, esse tipo de armamento seja eliminado.
Além dela, a International Physicians for the Prevention of Nuclear War (IPPNW), reconhecida com o Nobel em 1985, também terá representante no seminário. A IPPNW ficou conhecida por difundir e divulgar informações relevantes para a conscientização das consequências da guerra atômica. Também se fará presente no debate na UFSM a Campanha Internacional para Abolição de Armas Nucleares (ICAN), que recebeu o prêmio no ano passado por trazer à tona as consequências catastróficas humanitárias decorrentes do uso de qualquer arma nuclear e pelos esforços em atingir as metas propostas nos tratados de proibição deste tipo de armamento.
De acordo com o coordenador do evento, Júlio César Cossio Rodriguez, este é o primeiro evento na América do Sul que vai discutir os riscos, desafios e usos da energia nuclear. Serão, ao todo, 22 palestrantes que atuam diretamente no setor, de países como Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai. Trata-se da a primeira vez que a UFSM protagoniza uma discussão internacional sobre a indústria nuclear:
— Temos uma série de especialistas de renome, de organizações internacionais conhecidas que, com certeza, vão projetar a UFSM e a Região Central para o centro das discussões sobre energia nuclear e controle de armas nucleares. Pensamos em trazer esse debate para o sul do continente. É a primeira vez que a América do Sul, especificamente o Conesul (que envolve Brasil, Uruguai, Argentina e Chile) estão discutindo esse tema com esse número de especialistas, com todas as organizações internacionais que se preocupam com a proliferação de armas nucleares e com os setores envolvidos diretamente na pesquisa sobre a energia nuclear.
O Seminário Internacional América do Sul na Era Nuclear: Riscos, Desafios e Perspectivas ocorrerá nos dias 20 e 21 de agosto no Centro de Convenções da UFSM. O evento é aberto a estudantes, pesquisadores e também à população em geral. As inscrições devem ser feitas por meio do site da instituição até o próximo dia 12. A projeção é que cerca de 1 mil pessoas participem do evento.
O encerramento do seminário terá uma aula magna com o embaixador da Argentina para Áustria, Eslovênia e Eslováquia, Rafael Grossi. Ele é o representante permanente da Argentina junto às Organizações Internacionais em Viena.