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Uma declaração do fundador do Facebook, Mark Zuckerberg na última quarta-feira (18) vem sendo criticada nas redes sociais. Em entrevista ao site norte-americano Recode sobre o papel do Facebook na difusão de informações falsas, o CEO, ao explicar a atuação da empresa em relação ao assunto, afirmou que postagens que espalhem conteúdo que conteste o Holocausto— o massacre de judeus pelos nazistas na II Guerra —, por exemplo, não seriam bloqueadas pela plataforma.
— Sou judeu e há muitas pessoas que acham que o Holocausto não aconteceu. Acho isso profundamente ofensivo, mas no fim das contas não acredito que a nossa plataforma deva eliminar isso. Acho que há coisas que diferentes pessoas entendem de maneira errada. Não acredito que estejam se enganando intencionalmente nestes temas — disse o executivo.
Para Zuckerberg, há uma diferença entre chamar de mentirosa uma vítima de tiroteios e expressar um ponto de vista diferente sobre o acontecimento.
Sua manifestação, no entanto, gerou reações de associações de combate ao antissemitismo. Um dos que se pronunciou sobre a discussão foi o Diretor da Anti-Defamation League (ADL), Jonathan Greenblatt. Ele escreveu no Twitter que "Revisionismo do Holocausto é intencional, deliberado e uma tática usada por antissemitas que é maligna, dolorosa e que ameaça os judeus".
Após a repercussão negativa da entrevista, Zuckerberg enviou um e-mail ao site Recode com o objetivo de esclarecer o seu comentário. Na mensagem, ele afirma que não teve intenção alguma de defender a opinião de pessoas que negam a ocorrência do Holocausto e acrescentou que “se alguma coisa está viralizando e é marcada como falsa pelos nossos checadores, vai perder valor na timeline. E claro, se um post passar para a defesa da violência ou ódio contra um grupo específico, será removido. Essas questões são desafiadoras, mas eu acredito que a melhor forma de combater discurso de ódio é com a verdade”, escreveu o executivo.