Em novo e importante passo para combater notícias falsas (fake news), um grupo de alto nível da Comissão Europeia, órgão da União Europeia (UE), lançou nesta segunda-feira (12), de forma global, um documento com orientações e reflexões que contribuem para evitar a propagação de informações mentirosas ou boatos por meio da internet. Formada em janeiro para analisar o tema, a força-tarefa reúne 39 membros, entre jornalistas, pesquisadores na área da comunicação, escritores, veículos de comunicação e organizações de checagem (fact-checking). O documento de 40 páginas é uma espécie de manual de boas práticas, que reforçam o valor do jornalismo como ferramenta para a construção e manutenção de sociedades democráticas.
_ Este é o primeiro passo importante em uma abordagem pan-europeia para garantir que os Estados-membros permaneçam resistentes diante de uma desinformação crescente e deliberada _ disse Stephen Rae, editora-chefe do Independent News and Media e integrante do board do Fórum Mundial de Editores.
A preocupação aumentou na Europa após suspeitas de que notícias falsas possam ter influenciado as eleições americanas, francesas e o referendo de independência da Catalunha em relação à Espanha.
O grupo europeu elaborou um código de boas práticas para combater a desinformação e promover um ambiente favorável à liberdade de expressão. A ideia é promover fomentar "a transparência" entre diferentes tipos de canais de informação digital. Foram formulados princípios, entre os quais contribuir para dar visibilidade a dados checados por órgãos de reconhecida independência, como a imprensa profissional. O documento propõe métodos que ajudem internautas a utilizar ferramentas que os conduzam a fontes confiáveis de informação. Por fim, o órgão ainda se compromete a continuar com as pesquisas sobre o impacto da desinformação.
_ A salvaguarda do nosso processo democrático e a educação e proteção das crianças devem permanecer primordiais neste momento de disruptura da mídia. Os políticos, os provedores de plataformas, os membros da mídia e os pais têm um papel importante a desempenhar na proteção do nosso direito a informações precisas e equilibradas agora e no futuro _ acrescentou Stephen Rae.