Muito do potencial atrativo dos videogames está em simular uma realidade de fantasia. O problema é que entre o jogador e sua vontade de ser um piloto de corrida ou um super-herói, existe a tela fria e distante da TV – mediação que a realidade virtual está cada vez mais perto de extinguir. Antes artigo de luxo, os aparelhos estão hoje espalhados por toda a Brasil Game Show (BGS) – uma das maiores feiras da América Latina do setor que ocorre em São Paulo até segunda-feira –, mostrando que o futuro da indústria de games passa obrigatoriamente pelos dispositivos de realidade virtual.
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Pronto para ser lançado nos EUA (mas sem data para chegar ao Brasil), o PlayStation VR é uma das coqueluches do estande da Sony. Para ter um gostinho de como é viver em um ambiente virtual, foram disponibilizados o game de labirinto Wayward Sky, a guerra de tanques Battlezone e Rush of Blood, expansão do terror Until Dawn. Para jogá-los, só retirando senhas, que acabam logo nos primeiros minutos após a abertura dos portões.
Mais do que jogar, o objetivo agora é viver de fato a experiência de explorar mundos fantásticos ou participar de desafios quase impossíveis no mundo real – como escalar o monte Everest. Subir um dos picos mais famosos do mundo é a atração no estande da Nvidia, que já havia causado barulho no ano passado colocando os visitantes dentro de cockpits de espaçonaves em batalhas espaciais.
Encarar o medo de altura também é necessário para testar o game de realidade virtual que simula um voo de asa-delta e outro que simula um passeio pelos planetas de Star Wars – estes, contando com algumas das maiores filas da BGS.
Mas a grande atração mesmo é Batman VR, game que faz o jogador literalmente (ou melhor, virtualmente) vestir a carapuça do Homem-Morcego. Na demonstração de 15 minutos liberada na BGS, no estande da Warner Games, é possível conversar com o mordomo Alfred, descer até a bat-caverna, vestir o uniforme do Cavaleiro das Trevas, equipar o cinto de utilidades e testar alguns dos gadgets, como bat-bumerangues.
Grande aposta para o lançamento do PlayStation VR em outubro, o jogo completo terá em torno de duas horas, com o gamer utilizando os óculos do PlayStation VR, dois controles Move (o dispositivo de reconhecimento de movimento da Sony) e a PlayStation Camera. Desenvolvido pela Rocksteady, Batman VR é uma das grandes unanimidades de público e crítica na BGS, impressionando pelo nível de detalhamento e precisão dos controles. Na saída de cada uma das sessões, bocas abertas e olhos arregalados são normais.
– Eu jamais imaginei que isso seria possível – comenta o jornalista argentino Julio Petruccio, que veio de Buenos Aires para a BGS – É como se você fosse realmente o Batman, vestisse sua roupa, usasse suas armas e explorasse a bat-caverna. Estou sem palavras, não sei o dizer, vou precisar de alguns dias para me recuperar.