O que começou com um grupo quase secreto de discussão sobre o futuro do entretenimento e da mídia nos escritórios do jornal The Austin Chronicle há 30 anos e que se transformou em um dos eventos mais esperados sobre tendências e indústria criativa entra nesta sexta-feira na agenda de Barack Obama.
O presidente estará presente na abertura do South by SouthWest (SXSW), festival de música, cinema e tecnologia que ocorre na cidade de Austin, Texas, nos Estados Unidos, até o dia 20. É a primeira vez que um chefe de Estado do país vai ao SXSW.
Por 10 dias, a cidade, de cerca de 900 mil habitantes, será um centro de encontro de marcas, produtores de cinema, músicos, aficionados por tecnologia ou simplesmente pessoas estilosas que querem comer e beber em meio a um grande encontro de ideias. Dia e noite, palestras, shows, mostras e apresentações preenchem a programação. De start-ups que buscam um empurrão a grandes empresas que querem se aproximar de um público mais conectado, o SXSW é relativamente democrático.
Como o comunicador e colunista Marcos Piangers, um dos entusiastas sobre o festival, descreveu no ano passado, a rotina por lá se resume a “ouvir palestras com o Al Gore pela manhã, ver a estreia do filme do Al Pacino à tarde e assistir a um show do Wyclef Jean à noite. Ou conferir shows de bandas desconhecidas de manhã, discutir a melhor câmera para filmar documentários à tarde e acompanhar um painel sobre um novo aplicativo à noite.”
Todos os anos, uma tendência de lá é exportada para o resto do mundo. Em 2007, era a vez do Twitter deslanchar, que até hoje é considerado um dos grandes cases de sucesso atrelados ao festival. Dois anos depois, foi o Foursquare, aplicativo de geolocalização que funciona como um guia de lugares. No ano passado, o Meerkat, app de transmissão ao vivo, foi o mais comentado da edição.
Presença brasileira cresce nesta edição
A cada edição, o festival ganha mais notoriedade global e mais participação do Brasil. No ano passado, o grupo Apanhador Só se apresentou no festival de música e, desta vez, mais bandas brasileiras da cena independente estão com shows confirmados. Entre elas, o grupo Cabezas Flutuantes e o músico gaúcho Jéf, conhecido pelo estilo folk.
Neste ano, dois filmes nacionais integram a programação. Um deles é a comédia sobre o sumiço da taça da Copa do Mundo de 1983. O Roubo da Taça, com estreia marcada para o festival, tem no elenco Taís Araujo e o funkeiro Mr. Catra. O lançamento no Brasil fica para o segundo semestre.
Em 2014, a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex) levou, pela primeira vez, 57 empresas para participarem do Trade Show – parte do evento reservada a empresas para rodas de negócios e networking. Neste ano, serão 37 empresas, mas a expectativa é de que a presença brasileira seja produtiva. Segundo a Apex, no ano passado, foram US$ 18,9 milhões em negócios no festival e nos 12 meses seguintes ao evento.