A Polícia Civil procura o autor de um latrocínio (roubo com morte) ocorrido em julho deste ano no bairro Mathias Velho, em Canoas, na Região Metropolitana. Na última quarta-feira (27), um segundo suspeito de ter participado do crime foi preso. O homem, que não teve o nome divulgado, teria retirado a faca usada no ataque do local para evitar a prisão do comparsa, que havia esfaqueado a vítima e fugido a pé.
Natural de Canoas, Alisson Velho Martins, 30 anos, foi atingido no abdômen na madrugada de 12 de julho deste ano, enquanto retornava para casa pela Rua Padre Réus, no bairro Mathias Velho. Ele foi levado ao Hospital Nossa Senhora das Graças, porém, não resistiu.
Segundo a polícia, o assaltante levou o celular e a carteira da vítima.
— Representa o absoluto desprezo pela vida — avalia o delegado Marcos Antonio Guns, responsável pela investigação.
Suspeito foi reconhecido por testemunhas
Tanto o ataque à vítima, quanto a retirada da faca do local por outro homem, foram registrados por câmeras de vigilância próximas ao local do crime.
De acordo com a polícia, além de aparecer nas imagens, o preso foi reconhecido por três testemunhas diferentes como tendo sido a pessoa que retirou a faca do local. Assim, para a polícia, foi participante ativo no crime. Testemunhas afirmaram em depoimento que ele falava alto, que estava retirando o objeto “para evitar o flagrante” do executor, que fugiu a pé logo após desferir os golpes.
O preso foi conduzido ao sistema prisional e, conforme a polícia, será indiciado pela participação no crime nos próximos dias.
Investigação
O delegado Marcos comenta que um dos maiores obstáculos da investigação, que dura quatro meses, é a falta de informações sobre os suspeitos e a própria vítima.
— Encontramos muita dificuldade em achar informações sobre a vítima. Ele (Martins) morava sozinho, não tinha contato com a família e nem presença nas redes sociais, assim como os suspeitos — conta o delegado.
Devido a este empecilho, a investigação teve que se basear nas imagens e nos depoimentos de diversas testemunhas.
De acordo com o delegado, o local do crime é um ponto de concentração de pessoas em situação de rua. Tanto o suspeito de ser o executor do crime quanto o comparsa seriam moradores de rua. Segundo o delegado, a vítima tinha moradia, mas “vivia em situação de vulnerabilidade social”, e provavelmente conhecia os envolvidos.
As imagens de câmera de segurança mostram o rosto do autor, mesmo assim, comprovar sua identidade tem sido um desafio para a polícia, já que nenhuma das testemunhas confirmou em depoimento o nome do homem, nem mesmo o comparsa. O delegado afirma acreditar que as testemunhas conheçam a identidade do autor, mas que tenham optado por não revelá-la.
— A gente tem um suspeito com alta probabilidade de ser o executor, mas para prendê-lo precisamos de provas materiais. Por isso, aguardamos o laudo das diligências periciais das imagens — diz o delegado.
*Produção: Camila Mendes