A Justiça aceitou uma solicitação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e determinou a avaliação psicológica da adolescente de 15 anos que jogou óleo quente na mãe, na irmã de quatro anos e no padrasto em Imbé, no Litoral Norte, na noite de terça-feira (19). Também a pedido do MP, o Judiciário ordenou que as vítimas e testemunhas sejam ouvidas pela Polícia.
A mãe da adolescente teve 30% do corpo queimado e segue hospitalizada. O quadro de saúde dela é estável, segundo o hospital de Tramandaí. Conforme o diretor técnico da instituição, Noelsen Rodrigues de Souza, ainda ocorrem tentativas de transferência dela para um centro de queimados. Não existem estruturas do tipo no município ou no Litoral.
A menina de quatro anos teve queimaduras em 7% do corpo e também tem quadro considerado estável.
Além das queimaduras com óleo, o padrasto foi esfaqueado pela jovem. Ele teve ferimentos no olho, no tórax e no abdômen e foi transferido para o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS).
O delegado Alexandre Souza, que investiga o caso, avalia que a ação do Ministério Público é uma prática comum nesses casos. Ele ouviu a menina, que confirmou que a relação com a mãe não era boa, sendo marcada por discussões. Ao delegado, a garota não citou que tivesse sido agredida.
Segundo o relato da mãe, a adolescente esquentou óleo de cozinha e jogou nos familiares, que estavam no sofá. A menina fugiu, mas foi encontrada na RS-786, com queimaduras no braço. Conforme investigadores, ela tem histórico de transtorno bipolar e teria parado de tomar medicação.
A mãe e o padrasto serão ouvidos quando receberem alta hospitalar, conforme o delegado Souza. Ele também afirmou que não há uma hipótese definitiva para o crime.
De acordo com o Ministério Público, a partir dos esclarecimentos junto à polícia, vai ser possível decidir ou não por um pedido de internação provisória da garota.