A Polícia Civil indiciou por homicídio qualificado por motivo fútil o homem de 25 anos que assassinou o frentista Ingo Patricio Tasca Nunes, 46 anos, em Porto Alegre. A investigação concluiu que ele cometeu o crime porque foi impedido por Nunes de usar o banheiro feminino do posto de combustíveis onde a vítima trabalhava. O assassinato foi registrado em vídeo. O crime aconteceu em 6 de outubro.
— Houve um ato de violência extrema do homicida, onde ele resolveu, por um questionamento do trabalhador, do frentista do posto de gasolina, ele decidiu executar essa pessoa naquele local a sangue frio. Desferiu vários tiros, sem nenhum tipo de possibilidade de defesa da vítima, e de uma forma absolutamente violenta — disse o delegado Mario Souza, diretor do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A identidade do indiciado não foi divulgada. Ele está preso desde 11 de outubro após ser localizado em Laguna (SC). O inquérito vai agora para o Ministério Público (MP), responsável por fazer a denúncia à Justiça.
Dois empregos para pagar férias
O frentista Ingo Patricio Tasca Nunes era casado, pai de dois filhos e tinha dois empregos. Ele trabalhava no posto como uma forma de complementar a renda e realizar um sonho da família: pagar uma viagem de férias para Florianópolis (SC).
Segundo o filho mais velho, Juan Rodrigues Nunes, de 19 anos, o pai era dedicado.
— Meu pai perdeu a vida trabalhando para nós, para a nossa família. Ele deu a vida, basicamente, pela nossa família. Porque ele estava lá num domingo, que não era para ele estar trabalhando, era a folga dele — fala.
Entenda o caso
O crime aconteceu por volta das 10h do domingo de 6 de outubro no estabelecimento comercial localizado na Avenida Antônio de Carvalho, no bairro Jardim Carvalho, na Zona Leste.
O assassinato foi registrado em vídeo (veja abaixo). Nas imagens, é possível ver o momento em que o frentista e o homem estão discutindo. Depois, o homem saca uma arma e atira contra o frentista, que cai no chão. O homem e uma mulher fogem em seguida.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o homem e a mulher foram ao local para usar o banheiro. O frentista não teria autorizado o homem a usar o banheiro feminino junto da mulher, o que teria levado à discussão.
A mulher é tratada pela polícia como testemunha do caso.