A 1ª Delegacia de Polícia de Homicídios da Capital tenta elucidar as circunstâncias da morte de Jones Lopes dos Santos Silva, 33 anos, encontrado com marcas no corpo em área de estacionamento da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), em Porto Alegre. O cadáver do garçom, que não estudava na instituição, foi achado na madrugada de terça-feira (11), com hematomas e escoriações, principalmente nas mãos e na cabeça.
— A Polícia Civil investiga o fato e aguarda laudos do Instituto-Geral de Perícias para analisar. Diligências estão em andamento, entre elas a busca por informações sobre a vítima por depoimento de familiares — afirma a titular da 1ª Delegacia de Polícia de Homicídios, delegada Clarissa Demartini.
A causa da morte, apontada na declaração de óbito, documento expedido pela Secretaria da Saúde do Estado e compartilhado por familiar de Jones, está caracterizada como "traumatismo cranioencefálico ação de instrumento contundente". Amigos e familiares de Jones realizaram protesto, na noite desta quinta-feira (13), bloqueando trecho da Avenida Ipiranga, com pneus queimados e faixas que pediam um posicionamento das autoridades.
— Estamos empenhados em saber o que aconteceu com Jones. A família quer esta resposta — desabafa o vigilante Fernando Lopes, 28 anos, primo do garçom.
Devido ao protesto, a Brigada Militar esteve no local (confira a nota abaixo).
Conforme o delegado Mario Souza, diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o fato está sendo apurado.
— Não há hipóteses descartadas nesta etapa das investigações. A perícia é fundamental. Haverá resposta ao questionamento dos familiares — pontua Mario Souza.
A PUCRS manifestou-se por nota (leia abaixo).
Leia a íntegra da nota da PUCRS:
"A Universidade comunica que foi encontrada no Campus, por uma funcionária da Índigo (empresa que opera os estacionamentos da PUCRS), mais especificamente no estacionamento do Prédio 41, uma pessoa deitada no chão, em posição inerte. A colaboradora acionou a Vigilância da Universidade. O fato ocorreu na madrugada da terça-feira (11/6), por volta de 1h. Ao chegar no local, a equipe de vigilância verificou que a pessoa estava desacordada e acionou imediatamente a Brigada Militar. Quatro carros da BM dirigiram-se ao Campus, a área foi isolada e prontamente foram cedidas as imagens das câmeras de segurança da empresa Índigo, que monitoram o espaço. Em seguida a Polícia Civil compareceu, assim como o Instituto Geral de Perícias, que examinou o corpo, fez o levantamento topográfico, fotos e demais procedimentos padrão. A atuação das autoridades policiais no local prolongou-se até em torno de 5h, quando o corpo foi removido pelo Instituto Médico Legal. Durante todo o período, a vigilância da Universidade esteve no local acompanhando e cooperando com as autoridades responsáveis pela investigação.
A família que esteve na Universidade na tarde do dia 12/6 foi acolhida pela Administração do Campus, que não fez qualquer afirmação sobre o possível laudo, pois esta responsabilidade é da Polícia, com quem a Universidade está colaborando desde o primeiro momento."
Confira o que disse a Brigada Militar:
"A Brigada Militar informa que esteve presente durante as manifestações ocorridas na Avenida Ipiranga, no início da noite de quinta-feira, dia 13 de junho.
Munidos de cartazes, cerca de 50 manifestantes pleiteavam a presença da imprensa, bem como esclarecimentos sobre a morte de JONES LOPES DOS SANTOS DA SILVA, ocorrida em 11 de junho, no interior do estacionamento da PUCRS.
Destacamos que a atuação dos policiais militares foi pautada pelo diálogo com os manifestantes, resultando em uma desobstrução ordenada e pacífica da via, sem a necessidade do uso da força.
Essa atuação reitera o compromisso da Brigada Militar com a garantia da ordem pública e o respeito aos direitos de manifestação."