Uma operação da Polícia Civil deflagrada na manhã desta quinta-feira (25) prendeu nove pessoas suspeitas de integrar um grupo que extorquia vendedores e prestadores de serviços no Estado. Três delas estão dentro do sistema prisional e receberam novas ordens de prisão.
Batizada de Dívida Ativa, a operação cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em Porto Alegre, Novo Hamburgo, Antônio Prado, Caxias do Sul e Canela.
Com perfis falsos, os criminosos compravam produtos anunciados em sites de vendas e enviavam comprovantes falsos de pagamento. Quando a vítima percebia o golpe, depois de despachar a encomenda, começava a ser ameaçada para não procurar a polícia e era obrigada a dar dinheiro aos estelionatários.
— Identificamos uma nova fonte de renda dessas organizações criminosas que atuam inicialmente no tráfico de drogas e começam a diversificar suas atividades por meio de estelionato e extorsão. São fatos graves, gravíssimos, que tornam reféns as vítimas de pagamentos. As vítimas são comerciantes, trabalhadores, empresários, que começam a sofrer uma violência psicológica exacerbada, um medo de que algum mal lhes aconteça e acabam efetuando pagamentos a esses criminosos — explica o delegado regional de Canoas, Cristiano Reschke.
Segundo a investigação, o grupo ainda contava com um segundo núcleo, que praticava extorsões a prestadores de serviços. Eles entravam em contato alegando que um conserto não havia sido feito de forma correta e exigindo ressarcimento. Por meio de áudios e vídeos, mostravam armas e citavam nomes de facções criminosas para amedrontar as vítimas e exigir mais dinheiro.
Em um dos casos investigados, o proprietário de uma mecânica foi contatado e cobrado pelo serviço em um veículo que não teria funcionado. Os criminosos afirmavam que o carro estava com armamento e drogas, e que a falha no serviço prestado pelo mecânico teria provocado uma abordagem policial. Em razão disso, eles cobravam o prejuízo do dono do estabelecimento mediante graves ameaças.
A investigação durou seis meses e gerou 23 medidas cautelares. Durante as buscas desta quinta-feira, policiais encontraram 10 celulares dentro do Presídio Estadual de Caxias do Sul. Os detentos conseguiam esconder os aparelhos dentro de parede de uma cela.
Conforme o delegado de polícia Marco Swirski, que coordenou a operação, as investigações continuam para identificar outros criminosos e os mentores do grupo.
— Esperamos trazer tranquilidade às vítimas — ressaltou.
A polícia enfatiza a importância das denúncias para auxiliar a identificar outros crimes cometidos pelo grupo. Elas podem ser realizadas, de forma anônima, nos seguintes canais de contato: (51) 3458-9650 e WhatsApp (51) 98683-3555.