As linhas de investigação da Polícia Civil sobre a chacina que matou cinco pessoas e deixou outras duas feridas em Cidreira, no Litoral Norte, no fim da tarde de quarta-feira (10), indicam que os criminosos chegaram atirando em todas as pessoas que estavam pela frente.
As informações iniciais apontam que quatro atiradores estavam envolvidos. Até o momento, dois deles foram identificados e estão sendo procurados, mas os nomes não foram divulgados.
— É uma reciclagem. Chegaram e renderam as pessoas que se encontravam ali e efetuaram diversos disparos de arma de fogo. Depois colocaram fogo nessa reciclagem. Saíram dali, roubaram carro de uma das vítimas e lá (na outra casa) continuaram as execuções. Acreditamos, num primeiro momento, que algumas vítimas não tinham nenhuma relação com o crime — destacou o delegado Antônio Carlos Ractz Júnior.
Foram encontrados os corpos carbonizados de Gian Cavalheiro Brisola, 19 anos, e Luiz Alberto Xavier, 68, além de Edison Moura Espíndola, 61, que tinha marcas de tiros. Em um ponto próximo, na mesma rua, Luiz Cláudio Canabarro Santos, 44 anos, e Florindo Pedroso, 66, foram assassinados a tiros.
O veículo que foi levado durante o ataque foi localizado na tarde desta quinta-feira (11). O Fiat Uno de cor vermelha foi encontrado pela Brigada Militar após populares estranharem a presença do veículo na beira da praia de Magistério, em Balneário Pinhal. A BM foi ao local e acionou a Polícia Civil para a perícia, que solicitou a remoção do carro. Apurações referentes ao veículo seguirão sendo feitas pela Polícia Civil.
Conforme a investigação, a principal hipótese é de disputa de pontos por tráfico de drogas. No momento do ataque, havia recicladores sem envolvimento com esse crime. Uma outra linha de investigação não é descartada, mas não foi revelada. O delegado destaca que a dinâmica do crime também aponta que os criminosos atiraram contra quem estava pela frente:
— Havia crianças na rua, não são pessoas bondosas que pouparam crianças. Acredito que morreram pessoas inocentes, não pouparam ninguém. Vários estojos foram recolhidos — destacou Ractz.
Desde o crime, equipes reforçam a segurança em Cidreira e praias próximas. Além da Brigada Militar, o efetivo do Departamento de Homicídios passou a atuar na região com delegados e agentes.
— Esses fatos estão sendo investigados. De pronto a BM já aumentou seu contingente policial, de viaturas, tanto de maneira ostensiva como na inteligências. Estamos trabalhando firme e forte — disse o comandante regional da BM, coronel Humberto Medeiros.
Um veículo usado no crime também foi parcialmente identificado. Trata-se de um Ka branco, mas as placas ainda são desconhecidas. Imagens que mostram o veículo já foram obtidas pela investigação, mas não foram divulgadas.