Foram absolvidos em júri, nesta quinta-feira (25), os pais de filhos gêmeos que morreram asfixiados dentro de um carro, em Júlio de Castilhos, na Região Central. O caso ocorreu em 24 de janeiro de 2016, quando a temperatura no município atingia 40°C.
O tribunal do júri, composto por três homens e duas mulheres, absolveu os pais por motivo de ausência de autoria. O resultado foi comunicado pelo juiz Roberto Nazário por volta das 14h30min.
O julgamento teve início às 9h30min, durou cerca de cinco horas e contou apenas com a presença da mãe das crianças. Liliane Soares da Silva e alguns familiares acompanharam a sessão. A ré se retirou após alguns minutos alegando condições emocionais. O pai, Clemar Silveira da Silva, não esteve presente. Nenhuma testemunha foi chamada.
Durante o plenário, o Ministério Público (MP) alterou a classificação para homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A defesa manteve essa mesma versão e admitiu o descuido dos réus.
O casal não está mais junto. A mulher reside atualmente em Nova Palma. Já o homem segue morando no município onde ocorreu o caso.
Relembre o caso
Em 24 de janeiro de 2016, os gêmeos Wagner Wesley da Silva e Mary Diane da Silva, de quatro anos, morreram dentro do carro da família, no bairro Tancredo Neves, em Júlio de Castilhos.
À época, a Polícia Civil concluiu que as crianças morreram por asfixia, em razão de estarem em um ambiente pouco oxigenado. Elas ficaram ao menos 30 minutos dentro do veículo, e a temperatura atingia 40°C naquele verão. A delegada responsável, Alessandra Padula, apontou negligência dos responsáveis.
Na ocasião, a mãe, então com 27 anos, relatou à polícia que deixou as crianças no sofá de casa e foi tomar banho. Ao sair do banheiro, não localizou os gêmeos e pediu ajuda aos vizinhos. Depois, encontrou ambos desacordados dentro do carro, que estava destrancado, em frente de casa. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou os óbitos.
A Polícia Civil indiciou o casal por homicídio doloso (quando há intenção de matar), e o MP denunciou ambos por homicídio qualificado.