O efetivo das Forças Armadas na operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo será de 3,7 mil homens, segundo os comandantes. O objetivo da operação, anunciada na tarde desta quarta-feira (1º) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é combater o crime organizado e começará a valer a partir na próxima segunda-feira (6), com fim em maio do ano que vem.
Segundo os comandantes, a operação deve contra com 1,1 mil homens da Marinha, 2 mil do Exército e 600 da Aeronáutica.
— Mais importante do que a quantidade de homens, estamos integrando inteligência e equipamentos, que muitas vezes suprem quantidade de homens — ponderou o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Questionado por jornalistas sobre a criação de um Ministério da Segurança Pública, que seria resultado da cisão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Costa disse que o assunto "não está em pauta agora" e foi corroborado pelo titular da pasta, o ministro Flávio Dino.
Apoio ao Rio de Janeiro
A ação é uma resposta em apoio ao governo do Rio de Janeiro no combate ao crime organizado. No estado do Rio, ocorre um conflito entre grupos de milicianos e traficantes. Na semana passada, a maior milícia da região incendiou 35 ônibus em retaliação à morte de um de seus líderes. Além do que foi anunciado, uma das propostas em análise é a possibilidade de acionar as Forças Armadas para intensificar a vigilância nas fronteiras e nos portos do país, visando a redução do tráfico de drogas.
— A situação está muito grave. A violência está se agravando a cada dia que passa. Por isso, decidimos tomar medidas que ajudarão o Brasil a se livrar do crime organizado. Se for necessário reforçar mais portos e aeroportos, vamos reforçar — afirmou Lula.
GLO é "diferente das anteriores", diz Dino
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) anunciada nesta quarta-feira é diferente das anteriores e que as polícias estaduais não serão substituídas.
— A GLO anunciada incide sobre áreas federais, Lula não queria GLO em ruas e bairros — disse o ministro.
Na semana passada, Lula havia descartado a possibilidade de decretar GLO para controlar a crise de segurança pública no Rio de Janeiro.
De acordo com o ministro, os dois eixos da operação de GLO em portos e aeroportos são tirar dinheiro do crime organizado e enfrentar a logística do crime contra o abastecimento de drogas e armas. Dino ainda disse que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, vai liderar um plano de modernização tecnológica para as Forças Armadas e polícias.