A Polícia Civil gaúcha deflagrou, na manhã desta sexta-feira (20), uma operação para prender, na cidade de São Paulo, um homem investigado como mentor de furtos de equipamentos de telecomunicações. Os crimes apurados pelas autoridades, e atribuídos ao suspeito, teriam sido praticados entre os meses de junho e setembro no Rio Grande do Sul. A estimativa da Polícia Civil é de que o prejuízo provocado pelos crimes está avaliado em aproximadamente R$ 2,5 milhões.
Conforme o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), há suspeita de atuação do investigado no mesmo tipo de crime nos Estados de Santa Catarina e São Paulo.
— Nossas apurações apontam que este homem possui uma empresa registrada em seu nome, de pequeno porte, que presta serviços de telefonia e internet. Ele seria o mentor dos furtos, aliciando e contratando outras pessoas para praticarem os crimes — explica o diretor da Divisão de Investigação Criminal do Deic, delegado Eibert Moreira Neto.
Agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio e Serviços Delegados (DRPC) do Deic estavam de prontidão, desde o meio da semana, para efetuar a prisão do investigado e buscas em dois endereços relacionados ao suspeito. Policiais de São Paulo atuam em apoio à equipe gaúcha na execução dos mandados. O suspeito, que é natural de São Paulo, já havia sido preso em flagrante, em 2020, no Estado de São Paulo, por furto qualificado de cabos e materiais de telefonia.
De acordo com Eibert, a identificação dos suspeitos — em especial do homem apontado como idealizador dos furtos — foi possível por meio de imagens de câmeras de monitoramento, as quais exibem detalhes da ação criminosa. Os criminosos conseguiam acesso às estruturas arrombando as portas que dão acesso aos equipamentos.
— Após o furto de placas de transmissão da estação de uma empresa na cidade de Paulo Lopes, em Santa Catarina, três criminosos que já estavam no monitoramento dos policiais da DRCP foram presos no litoral gaúcho, após realizar furto semelhante na cidade de Três Cachoeiras — conta o delegado. Os dois fatos ocorreram em estações da empresa V.tal, que fornece redes de fibra ótica para companhia telefônicas. GZH buscou contato com a empresa, que preferiu não se manifestar.
Na ação, segundo o delegado, foram recuperadas duas placas eletrônicas de transmissão de dados por fibra ótica, avaliadas em R$ 500 mil cada.
Os suspeitos são do Estado de São Paulo. Após a prisão em flagrante, ao serem interrogados, confessaram a participação nos crimes e afirmaram que as ações eram organizadas, ajustadas e determinadas por um quarto indivíduo, também de São Paulo.
Com o aprofundamento da investigação pela polícia civil gaúcha, foi possível identificar a participação dos suspeitos em outros cinco crimes investigados pela DRCP, conforme informado pelo delegado Luis Firmino, titular da especializada. Foram identificadas outras três ocorrências no território gaúcho. Duas delas em estações da mesma empresa, em Terra de Areia, no Litoral Norte e Novo Hamburgo, no Vale do Sinos.
As investigações devem prosseguir por meio da polícia paulista. O objetivo é descobrir de que forma ele utilizava os equipaomentos furtadas. Segundo a polícia, ele teria informado que repassava os produtos.
— O que está esclarecido é que houve este crimes no Sul, foram furtadas as placas e entregues a ele. O celular dele foi apreendido para que se possa verificar o destino delas — explica Firmino.