A 3ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (3ª DIN/DENARC) prendeu um homem de 28 anos suspeito de manter um laboratório de produção de drogas em seu apartamento, no bairro São Geraldo, na zona norte de Porto Alegre. A operação, chamada Blackball, foi deflagrada no final da noite de segunda-feira (30) e localizou compostos químicos e equipamentos para a produção de droga no imóvel, além de R$ 10 mil em dinheiro, uma pistola 9mm e três quilos de substâncias ilícitas.
Segundo o delegado responsável pela operação, Gabriel Borges, o local era usado para submeter a droga, que vem de fora do país, a processos químicos que aumentam o rendimento do produto.
— Cerca de 90% da cocaína consumida no Estado é de origem peruana, ela vem com altíssimo grau de pureza. Para aumentar o lucro do tráfico, eles usam laboratórios como esse para adicionar compostos e fazer o produto render mais — explica.
Ainda segundo o delegado, a droga que passa por esse processo, chamada pelo tráfico de "tombada", perde o grau de pureza, mas ainda tem poder entorpecente.
A operação
O suspeito foi localizado entrando em um carro com 1kg de crack e 1kg de cocaína. O veículo apreendido era usado para realizar a entrega das substâncias. O indivíduo, que já possuía antecedentes criminais por receptação, foi preso em flagrante e conduzido ao sistema prisional.
No local imóvel onde o preso morava, foram encontrados ainda diversos insumos e compostos químicos para a fabricação de drogas, junto de chapas para prensas, material para embalar as substâncias, balanças, cadernos contendo anotações do tráfico, três aparelhos para a contagem de dinheiro, além de mais um quilo de cocaína.
O delegado ressaltou que a ação faz parte da estratégia da Polícia Civil de desarticular laboratórios de produção de drogas químicas, enfraquecendo a capacidade de distribuição de entorpecentes do crime organizado.
— Quando a gente consegue chegar no laboratório, o prejuízo é maior, por ter muitos insumos e compostos químicos que não são tão simples de conseguir, assim como prensas e chapas. Também porque prendemos o químico deles, quem entende do processo — disse o delegado.
A investigação continua para identificar e responsabilizar criminalmente outros membros do grupo envolvido, além de averiguar se outras pessoas atuavam no laboratório.