Suspeito de ter esfaqueado o suposto companheiro durante uma briga, Diego Luan Peixoto Gonçalves, 27 anos, foi denunciado pelo Ministério Público na tarde desta segunda-feira (10). Ele é acusado de homicídio qualificado pelo assassinato de Felipe Alves Garcia, 29.
O caso aconteceu na madrugada de 21 de junho, no bairro Partenon, na zona leste de Porto Alegre. Na ocasião, vizinhos relataram que acordaram com os gritos de Gonçalves na rua. O corpo da Garcia foi encontrado no dia seguinte dentro do imóvel.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, os dois jovens costumavam ser vistos juntos na região e teriam relacionamento. No dia do crime, estavam sozinhos no ginásio que fica nos fundos de um imóvel onde funcionam os sindicatos dos Gráficos de Porto Alegre e dos Radialistas do Estado.
O inquérito policial foi remetido à Justiça no último dia 29, por homicídio qualificado por motivo fútil. Nesta segunda, o Ministério Público denunciou Gonçalves pelo mesmo crime.
A agressão aconteceu após uma discussão entre os dois, segundo o delegado Eric Dutra, da 2ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Capital.
— Eles usaram drogas nesse local, estavam alterados e tiveram um desentendimento. Estavam dentro da cozinha desse ginásio, um deles pegou uma faca e agrediu o outro.
A motivação da briga não foi esclarecida pelas equipes. Conforme o delegado, no momento da prisão, Gonçalves alegou que agiu em legítima defesa.
— Ele disse que só se defendeu, que tem cortes na mão por causa disso. Mas não entendemos dessa forma. Teve uma briga e ele pegou a faca para agredir, não para se defender.
A facada atingiu o peito da vítima, que não resistiu. Garcia foi velado e sepultado no dia seguinte, em Porto Alegre.
Suspeito foi preso na saída do hospital
Após o crime, ainda de madrugada, Gonçalves teria saído do imóvel onde fica o sindicato, desorientado e gritando. Ele foi contido pelos moradores da região, que acionaram a Brigada Militar por volta das 3h, e levado pelas equipes ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS), com ferimentos nas mãos.
O corpo de Garcia só foi encontrado cerca de oito horas depois, por volta das 11h, quando um irmão da vítima foi até o ginásio. As equipes da polícia foram novamente acionadas. Uma guarnição foi despachada até o HPS e prendeu o suspeito.
— Pegamos ele pouco antes de receber alta — disse o delegado.
Gonçalves recebeu atendimento, mas não corria risco de morrer. Ele foi preso em flagrante no dia 22, e a prisão foi convertida em preventiva. Ele está detido em uma casa prisional de Canoas.
Caso acordou moradores
Uma mulher que mora perto do sindicato, na Rua Veador Porto, afirmou que ela e vizinhos acordaram, naquela madrugada, com os gritos de Gonçalves. Conforme a ocorrência, ele pulou o muro para sair do imóvel e cruzou a rua, invadindo a garagem de um condomínio residencial e arrebentando cercas elétricas.
Na garagem, começou a quebrar os vidros de um carro e foi contido pelo porteiro, que não ficou ferido. Pelo relato de moradores, que preferiram não se identificar, Gonçalves estava ensanguentado, "muito agitado" e "parecia em surto".
Contraponto
Procurado, o advogado Luiz Carlos Pasa Barroso, que atende Diego Luan Peixoto Gonçalves, afirmou que a defesa só irá se manifestar em juízo.