A Polícia Civil investiga os assassinatos de dois jovens, de 21 e 27 anos, na noite de segunda-feira (19), na Vila Jardim, na zona norte de Porto Alegre. As vítimas foram mortas com golpes de machado na cabeça, por volta de 21h30min, dentro de uma casa na Rua Cananéia.
Conforme o delegado Pablo Soares, familiares das vítimas foram até o local e confirmaram as identidades, que não foram divulgadas. Ele diz que a causa das mortes ainda é desconhecida, mas afirma que "há grande possibilidade" de envolvimento do crime organizado.
O delegado diz que os objetos utilizados para cometer o crime ainda não foram localizados, embora a polícia tenha recolhido diversos artefatos cortantes da residência, que foram encaminhados para perícia.
— Apreendemos diversos objetos no local que nos geraram dúvidas e não pudemos confirmar — diz o delegado.
Os dois jovens tinham antecedentes criminais e o rapaz de 27 anos usava tornozeleira eletrônica. Segundo o delegado, o dispositivo do sistema prisional foi o que viabilizou inicialmente a identificação da vítima antes da chegada d0s familiares, uma vez que as vítimas não tinham documentos.
A polícia também buscou imagens de câmeras de videomonitoramento da região que pudessem ter registrado a ação dos criminosos. No entanto, o delegado comenta que a Vila Jardim ainda sofre os efeitos do ciclone que atingiu o RS nos últimos dias e o bairro segue com quedas de energia elétrica, inclusive durante a perícia, o que prejudicou as câmeras.
A Polícia Civil ainda não sabe se as vítimas residiam no endereço ou se foram levadas até lá pelos executores. Segundo o delegado, a residência fica ao fundo de um terreno onde há cerca de cinco casas.
O crime
Moradores da Vila Jardim acionaram a Brigada Militar (BM) após ouvirem gritos, por volta de 21h30min desta segunda-feira (19). Testemunhas relataram à BM que pelo menos três homens, que se identificaram como policiais, entraram na residência das vítimas e cometeram os assassinatos.
Os golpes atingiram a cabeça e o rosto dos homens. A cena do crime foi isolada para a realização do trabalho do Instituto-Geral de Perícias (IGP), que foi acompanhado pela Polícia Civil.
Após a perícia no local, os corpos foram levados pelo IGP para o exame de necropsia, além do toxicológico e do teor alcoólico. A investigação é conduzida pela 2ª Delegacia de Homicídios de Porto Alegre.