- Começa nesta terça-feira (27) o júri dos acusados de assassinar o então vice-presidente do Cremers, Marco Antônio Becker, em Porto Alegre, em 2008
- Conforme a denúncia do MPF, o ex-andrologista Bayard Olle Fischer dos Santos é acusado de ser o mandante do crime; há outros três réus no caso (leia abaixo)
- Ainda segundo o MPF, o fato de Becker ter sido o responsável pela cassação do diploma de médico de Bayard teria sido o motivo do crime
- Os réus respondem ao processo em liberdade; dois chegaram a ser presos, mas estão soltos desde 14 de abril de 2011
Como será o julgamento?
- O júri deve durar quatro dias, conforme a previsão da Justiça Federal da Capital.
- A sessão deve ser iniciada a partir das 9h desta terça-feira, com a formação do Conselho de Sentença, composto pelo jurados. Esse momento não será transmitido, para preservar a identidades dos escolhidos. A etapa deve durar toda a manhã.
- A partir das 13h, os trabalhos prosseguem e devem se estender até o começo da noite, por volta das 20h.
- Ao longo do julgamento, serão ouvidas cinco testemunhas de acusação e 11 de defesa. Na sequência, os réus serão interrogados.
- Passada esta fase, a sessão seguirá com os debates orais da acusação, feita pelo Ministério Público Federal (MPF), e das defesas dos réus. Há a possibilidade, ainda, da réplica e da tréplica.
- Por fim, o juiz se reúne com os jurados para votação dos quesitos. Depois, o magistrado lê a sentença dos réus.
Quem são os réus?
Quatro homens respondem pelo assassinato, que, conforme a denúncia aceita pela Justiça, foi uma retaliação comandada pelo ex-andrologista Bayard Olle Fischer dos Santos, 73 anos, colega de profissão de Becker.
Bayard teve o diploma cassado pelo Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers) por recomendação de Becker e sua suposta influência no Conselho Federal de Medicina (CFM).
Por isso, segundo a investigação, Bayard teria cobrado favores de um antigo cliente, Juraci Oliveira da Silva, o Jura, que atuaria no tráfico de drogas no Campo da Tuca. Jura teria ordenado a capangas que fizessem uma emboscada para Becker.
O ex-assistente de Bayard, Moisés Gugel, 46 anos, teria intermediado as negociações.
Michael Noroaldo Garcia Câmara, o Tôxa, 40, que seria cunhado de Jura na época, teria sido contratado para o homicídio. Seria ele o atirador, que estava na carona de uma moto.
Contrapontos
- O que diz a defesa de Juraci Oliveira da Silva, o Jura
Procurada nesta segunda-feira (26), a advogada Ana Maria Castaman Walter afirmou que não irá se manifestar.
- O que diz a defesa de Moisés Gugel
Em nota, o advogado Marcos Vinícius Barrios afirmou que o cliente é "vítima de um erro judicial sem precedentes". "Confiamos que a sociedade de Porto Alegre saberá depurar a acusação injusta e absolvê-lo ao final", completou.
- O que diz a defesa de Michael Noroaldo Garcia Câmara
O réu é atendido pela Defensoria Pública da União, que também se manifestou em nota: "A Defensoria Pública da União (DPU) informa que está pronta para exercer a defesa do réu Michael Noroaldo Garcia Câmara, estando convicta da ausência de provas contra ele no processo".
- O que diz a defesa de Bayard Olle Fischer Santos
GZH entrou em contato com o advogado do réu, João Olímpio de Souza, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.