Três pessoas foram presas em operação contra uma quadrilha com base na zona sul de Porto Alegre e que explorava o golpe dos nudes. A ação ocorreu na manhã desta quinta-feira (4). Os mandados foram cumpridos no bairro Vila Nova. São quatro ordens de prisão e sete de busca e apreensão sendo executadas.
A investigação é da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de São João da Boa Vista, no interior de São Paulo. Um metalúrgico, residente nesta cidade, teria sido vítima dos investigados. Ele repassou aos criminosos R$ 30 mil, de economias acumuladas ao longo da vida, além de R$ 20 mil que obteve por meio de empréstimo.
No golpe dos nudes, criminosos entram em contato com as vítimas, muitas vezes por meio de redes sociais, se passando por uma mulher interessada em um relacionamento. Com o avanço da troca de mensagens, eles acabam propondo a troca de fotos íntimas. Quando isto ocorre, inicia a extorsão: os golpistas afirmam que as imagens que a vítima recebeu são de uma menor de idade e que a polícia será procurada e a situação exposta, a não ser que haja pagamento em dinheiro.
A operação da polícia paulista teve apoio da 3ª DP de Canoas. Conforme a delegada Luciane Bertoletti, que responde pela delegacia na cidade da região metropolitana de Porto Alegre, no caso investigado em São João da Boa Vista, os golpistas se passaram por uma adolescente, pela mãe dela e por um delegado de polícia, para extorquir a vítima, que acabou pagando por tratamento psicológico e até por um suposto enterro da menina com quem teria trocado mensagens por uma rede social.
— Das três pessoas presas nessa manhã, são duas mulheres, inclusive a que fazia o papel da menina menor de idade, e um homem que recebia os valores. Eles forjaram até que a menina teve depressão e morreu — conta a delegada.
— Durante esse golpe, os criminosos se passam por policiais, dizendo que são delegados que estariam auxiliando a família, o que induz a vítima a dar credibilidade ao que está acontecendo e transferir os valores — confirma o delegado Jorge Mazzi, que comanda da DIG de São João da Boa Vista.
A investigação identificou pelo menos outras duas vítimas do mesmo grupo, também no Estado de São Paulo, mas a polícia acredita que possa haver dezenas de lesados. Na quarta, quando os agentes se preparavam para a operação desta quinta-feira e monitoravam atividades dos suspeitos, eles ainda flagraram um contato com uma nova potencial vítima.