A Polícia Civil identificou cinco suspeitos que seriam especialistas no uso de drones para entregar drogas em presídios do Estado. Eles seriam integrantes de uma facção criminosa. Em ação realizada entre a noite de quarta-feira (8) e a madrugada desta quinta (9) no bairro São José, zona leste de Porto Alegre, houve apreensão de dois drones e de porções de drogas dentro de uma residência.
Pequenas quantidades de maconha e cocaína já estavam embaladas — a polícia acredita que estavam prontas para serem enviadas às casas prisionais. Um celular e um caderno com anotações também foram recolhidos — a partir destes materiais, a investigação chegou aos cinco suspeitos.
A 1ª Delegacia do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) já realizou sete ações, incluindo a da noite passada, desde o início do ano com foco neste esquema de entregas. Com isso, o delegado Guilherme Dill identificou oito suspeitos de receber, embalar e armazenar drogas, mas também de transportar até penitenciárias e de operar os drones.
Segundo Dill, os criminosos usam casas em Porto Alegre — a maioria entre as zonas Sul e Leste — como pontos de armazenamento dos materiais que serão levados às prisões. O grupo criminoso compra imóveis, mas também invade residências abandonadas e até expulsa moradores, em alguns casos.
A investigação do Denarc continua e o delegado avalia se o grupo organizou uma periodicidade das entregas — semanalmente, por exemplo — e revela que também ocorre envio de dinheiro a apenados por este meio. As entregas com drones são mais recorrentes na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc), na Penitenciária Estadual Modulada de Charqueadas (PMEC) e na Cadeia Pública de Porto Alegre, o antigo Presídio Central. Dill ressalta que estas unidades prisionais também são as que têm mais medidas para coibir a prática e, portanto, mais flagrantes.