Não são poucas as famílias brasileiras que investem no sonho de crianças e adolescentes de jogar futebol e um dia vestir a camiseta de um grande clube. De olho nesse desejo, há quem se aproveite para ludibriar e aplicar golpes nesses jovens aspirantes a atletas profissionais. No início da tarde desta segunda-feira (6), uma denúncia chegou ao conhecimento do Esporte Clube Avenida, de Santa Cruz do Sul, que disputa a primeira divisão do Campeonato Gaúcho 2023. Um jovem de 24 anos diz ter sido procurado por supostos agenciadores do clube que estariam interessados em realizar uma "peneira" — uma série de provas de habilidade que pode ou não garantir uma vaga na equipe.
Em mensagens trocadas pelo Instagram com o jogador, que é natural do Distrito Federal, os falsos agenciadores afirmam que a avaliação começaria no dia 13 de fevereiro e solicitam o pagamento de R$ 650 que seria destinado à alimentação do jovem atleta durante a estadia no clube.
O destino do dinheiro é a conta de um falso coordenador do Avenida. Após o rapaz ter fornecido todos seus dados e realizado a transferência da quantia, o suposto agenciador deixou de responder aos questionamentos do atleta, o que o levou a procurar as redes oficiais do clube.
Imediatamente após receber as mensagens, a assessoria do clube emitiu uma nota de esclarecimento no Instagram afirmando que o Avenida "não está fazendo testes e/ou avaliações técnicas de atletas".
"Inclusive, estaremos investigando e tomaremos as medidas cabíveis para punir quem utilizar nosso nome para dar golpes em jovens que sonham em ser jogadores profissionais", completa o texto.
Procurada pela reportagem, a assessoria do clube informou que já abriu um boletim de ocorrência na Polícia Civil para que o caso seja investigado, e que teme que o mesmo possa estar ocorrendo em outros clubes do interior do Estado.
Segundo o delegado interino da Delegacia Regional de Santa Cruz, Alessander Garcia, esta é a primeira vez que uma situação do tipo, envolvendo um clube de futebol, acontece na cidade, e o caso será devidamente apurado pelas forças policiais.
— Atuo há 10 anos no município e não recordo de outra situação similar. Mas, assim que formalizado o registro de ocorrência, a delegacia responsável passará a apurar a autoria e demais circunstâncias do crime — completou.
Produção: Leonardo Martins